Morreu nesta sexta-feira  (25) o ex-jogador Zé Carlos, que entrou para a história ao jogar a Copa do Mundo de 1998 pela Seleção Brasileira. 

Famoso por imitar um galo na concentração, o lateral direito teve uma ascensão meteórica na carreira, indo da segunda divisão do campeonato paulista para a semifinal da Copa no espaço de um ano. 

Zé Carlos estava na Matonense campeã paulista da A2 em 1997. O bom futebol chamou a atenção do São Paulo, que lutava para conseguir um titular para a lateral-direita. Claudio Guadagno, que foi campeão pelo Palmeiras, chegou a voltar de empréstimo para o Santos para cobrir a posição. 

Contratado no meio de 1997, ele virou titular em janeiro de 1998. A aposta em Zé Carlos deu certo, com o Tricolor levantando a taça do Paulista de 1998. 

Mas não era só o São Paulo que estava carente de laterais. 

Convocação para a Seleção

O Brasil tinha um titular absoluto na lateral direita, Cafu, mas sofria demais em achar um substituto para o jogador. Tanto que Zagallo decidiu testar Zé Carlos com apenas três meses jogando pelo São Paulo. Ele foi convocado para a Seleção em março de 1998, em um amistoso contra a Alemanha. 

Zé Carlos mal jogou, mas conquistou uma vaga para a Copa após a lesão de Flávio Conceição. 

Imitações e “estreia” contra Holanda

Se as chances de jogar eram baixas, a presença de Zé Carlos trazia um benéfico à Seleção: ele era bom de grupo. O lateral ficou famoso pelas brincadeiras na concentração, principalmente pelas imitações de animais. Ele chamou a atenção da imprensa da época por cacarejos durante os treinos. 

Em entrevista para o portal “Uol”, o jogador chegou a dizer que o hábito que ficou famoso no São Paulo pouco foi visto, e ouvido, na França, já que o clima na Seleção era de concentração máxima em busca do título. 

O que teve foi ele em campo. Cafu recebeu o terceiro amarelo nas quartas de final, e o lateral, que nunca havia sido titular, teve que jogar a semifinal contra a Holanda. 

"Ele está muito bem ambientado no grupo, é um rapaz muito bem-humorado e todo mundo gosta dele. Fora do campo, ele imita passarinho, cachorro, papagaio. Dentro do campo, ele vai imitar o Cafu", brincou Zagallo na coletiva antes do jogo. 

Não foi bem o que aconteceu. Zé Carlos sofreu para marcar Zenden, ponta-direito holandês, e pouco subiu para ao ataque, ao contrário de Cafu. 

Vida após a Copa

Na volta para o São Paulo após a Copa, as boas atuações foram sumindo, já perdendo a posição de titular no ano seguinte e sendo emprestado para o Grêmio. 

Ele ainda jogou por clubes como a Ponte Preta e Joinville antes de se aposentar em 2005.