Esporte

Elas pisam fundo! Conheça a Iron Dames, equipe 100% feminina que disputa o WEC

Projeto surgiu em 2019 para dar apoio a mulheres nas pistas; em SP, apoio surpreendeu

Por Emanuel ColombariGabriel Alberto

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O automobilismo vem convivendo com uma presença cada vez maior das mulheres, dentro e fora das pistas. E a edição 2024 das 6 Horas de São Paulo, etapa brasileira do WEC, reforçou essa vocação com uma novidade: a equipe Iron Dames, que disputa diversas categorias contando apenas com mulheres ao volante dos carros.

O projeto começou em 2019 como um braço da equipe italiana Iron Lynx. Naquele ano, veio a primeira iniciativa na Fórmula 4 italiana, na qual as irmãs Hamda Al Qubaisi e Amna Al Qubaisi correram com o nome de Abu Dhabi Racing, com o apoio da Prema. Os resultados foram discretos.

A partir de 2019, as pilotas vinculadas à equipe tiveram participações regulares nas 24 Horas de Le Mans. A partir de 2022, a Iron Dames foi inscrita e passou a disputar a temporada completa do Mundial de Endurance na classe LMGTE Am, com três pódios em seis corridas no ano.

Nos últimos anos, o time tem marcado presença em diversas competições. Em 2024, conta com carros e pilotas no WEC, na ELMS, na IMSA, na Le Mans Cup, no Campeonato Francês de Rali e na Fórmula Regional Europeia, entre outras disputas. Em sua lista de atletas, destaque para a francesa Doriane Pin, vice-líder da temporada 2024 da F1 Academy, onde corre pela Prema com o apoio da Mercedes.

Braço da Iron Lynx, Iron Dames disputa várias categorias (Imagem: Julien Delfosse / DPPI)

No WEC, Pin disputou as duas primeiras provas da temporada 2024, a Qatar 1812 km e as 6 Horas de Ímola. Desde então, foi substituída pela suíça Rohel Frey, que é companheira da belga Sarah Bovy e da dinamarquesa Michelle Gatting. Em Interlagos, o trio largou na pole da LMGT3, mas abandonou.

Ainda assim, o apoio de jovens torcedoras surpreendeu. “Honestamente falando, nós viemos a Interlagos e não esperávamos tantas fãs. Ficamos surpresas, então muito obrigada pelas calorosas boas-vindas. Ficamos felizes de ver tantas fãs, e ficamos orgulhosas deste impacto em um país como o Brasil. Ficaríamos felizes de voltar e ver ainda mais bonés cor-de-rosa, mais poder feminino”, afirmou Rohel Frey ao Band.com.br.

Para a suíça, o apoio das torcedoras é sinal de um cenário cada vez mais favorável às mulheres no automobilismo brasileiro. “Vocês já têm algumas muito jovens, como Antonella (Bassani) na Porsche Cup, ou Aurelia Nobels. Espero vermos mais e mais corredoras também do Brasil mostrando seu melhor”, completou.

Iron Dames fez pole em Interlagos, mas abandono (Imagem: Julien Delfosse / DPPI)

Desde 2024, o projeto Iron Dames conta com uma brasileira: Victoria Farfus, de 12 anos. A kartista disputa a Champions of the Future, programa 100% feminino que trabalha como suporte da F1 Academy para revelar pilotos. Victoria é filha de Augusto Farfus, que também disputa a classe LMGT3 do Mundial de Endurance.

“A minha filha decidiu correr literalmente há um ano e meio atrás. Ela embarcou nessa jornada maluca. A Iron Dames fez uma seleção de pilotos quando ela foi escolhida. Então, sou muito agradecido. Hoje acompanho e entendo um pouco mais o processo da Iron Dames, quão sérias elas são, e o quanto elas acreditam no real potencial das meninas”, afirmou Farfus à reportagem.

O brasileiro ainda destacou o bom desempenho da Iron Dames em Interlagos como um exemplo do potencial da equipe feminina. “Eu acho que é fantástico o que a Iron Dames proporciona ao esporte”, afirmou. “O automobilismo é um esporte físico, mas não tão físico. A força física não é um fator decisivo na hora da performance. E ter as meninas lutando de igual para igual, eu acho que é uma nova era do automobilismo.”

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