Esporte

Vaquinha, tijolinhos e 0900; relembre vezes que os clubes pediram ajuda à torcida

Organizada do Corinthians recebeu aval do clube para iniciar campanha pelo financiamento da dívida da arena; times já tentaram iniciativas semelhantes no passado

Da Redação

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Fernando Azevedo / Fla Imagem

A diretoria do Corinthians deu sinal verde para que a principal organizada do clube ajude a pagar a dívida com a Caixa envolvendo a NeoQuímica Arena. 

A ideia é que seja disponibilizada uma chave Pix para que os torcedores contribuam para quitar os mais de R$ 700 milhões que ainda faltam para pagar completamente o estádio. 

A iniciativa pode até ser fora do padrão, mas nem de longe é inédita. Os clubes por diversas vezes pediram ajuda aos torcedores para resolver os problemas internos. 

Relembre alguns casos:

“Vaquinha” por Wesley

O Palmeiras vivia uma fase bem diferente da atual no ano de 2012. Em grave crise financeira, a diretoria tinha dificuldades em trazer grandes nomes para reforçar o elenco do técnico Luiz Felipe Scolari. 

Tanto que para trazer o volante Wesley, que havia brilhando no Santos e estava na Alemanha, o Verdão decidiu fazer uma “vaquinha” com os torcedores. 

No fim, a iniciativa fracassou. Foram arrecadados apenas R$ 800 mil dos R$ 21 milhões previstos. Um investidor acabou ajudando o clube na compra do jogador por R$ 14 milhões. 

Wesley pouco brilhou com a camisa alviverde. Após sofrer uma grave lesão no joelho em 2012, o jogador teve poucas oportunidades até 2014, quando foi de graça para o São Paulo. 

Já o Palmeiras teve dificuldades de pagar o investidor, tendo acertado tudo apenas em 2021, quando desembolsou R$ 48 milhões para encerrar a disputa jurídica. 

“Tijolinhos” do Flamengo

Outra equipe que vivia uma realidade completamente diferente na década passada era o Flamengo, tanto que o clube precisou de ajuda para reformar o CT do Ninho do Urubu. 

O clube colocou a venda cinco mil “tijolinhos” para torcedores que quisessem ajudar no projeto. Vendidos por R$ 250 cada, todo o dinheiro iria para a renovação do CT rubro-negro. Os tijolos, por sua vez, ficariam exibidos com o nome dos contribuintes no local. A presidente do clube na época, Patrícia Amorim, foi a primeira compradora. 

A campanha arrecadou quase R$ 2 milhões, com o “muro dos tijolinhos” sendo exibido quando a reforma foi concluída, em 2013. Em 2016, o Fla fez uma iniciativa semelhante, mas restrita aos sócio-torcedores, 

Disque-Marcelinho

A Federação Paulista de Futebol decidiu inovar em 1998: ela tirou dinheiro do próprio bolso para contratar um jogador. O então Eduardo José Farah comprou Marcelinho Carioca do Valencia e fez com que os torcedores escolhessem onde ele ia jogar. 

Em uma era antes da internet, a FPF decidiu criar telefones “0900” - sistema que cobrava um valor adicional de serviço para cada telefonema - para que o mundo do futebol decidisse onde jogaria o meia. 

Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos tinham os seus números próprios, sendo que aquele com mais ligações ficaria com o craque. O torcedor só precisava pegar o telefone, e gastar R$ 3 por ligação, para participar da campanha. 

A eleição foi polêmica, com as propagandas na TV sendo alvo até de ações na Justiça. No fim, os corintianos, que tinham Marcelino como ídolo, responderam por 62% das ligações. 

Uma investigação do Ministério Público mostrou que o plano de pagar a compra do jogador com os telefonemas fracassou. Apenas 6% dos U$ 7 milhões gastos (cerca de R$ 15 milhões, na cotação da época) foi arrecadado. 

Marcelinho jogou todo o ano de 1998 “emprestado” para o Timão pela Federação Paulista, sendo comprado por R$ 7 milhões no ano seguinte, metade do gasto pela FPF.

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