Maccabi Tel Aviv: Ataque contra torcedores tem acusação de "pogrom" e resgate israelense

A cidade de Amsterdã, nos Países Baixos, foi palco de cenas de guerra envolvendo manifestantes pró-palestina e torcedores da equipe israelense depois da partida do clube contra o Ajaxense depois da partida do clube contra o Ajax

Torcedores do Maccabi Tel Aviv protegidos pela polícia de Amsterdã
. REUTERS/Ami Shooman/Israel Hayom

As ruas da cidade de Amsterdã, capital dos Países Baixos, foi palco de uma batalha entre manifestantes e torcedores do Maccabi Tel Aviv na última quinta-feira (7), quando o clube israelense jogou contra o Ajax, em partida válida pela Liga Europa. 

Ao menos cinco pessoas foram hospitalizadas, enquanto 62 foram presas depois do incidente. O governo israel enviou dois aviões para resgatar os torcedores da Europa. 

A presença da equipe israelense no país motivou uma série de protestos devido ao conflito em Gaza. A polícia chegou a reforçar a segurança na cidade pelo alto risco de confronto. Mesmo assim a briga ocorreu após a vitória por 5 a 0 do Ajax. 

O governo israelense classificou o ataque como um “pogrom” - termo usado para atos de violência contra grupos étnicos com anuência das autoridades, geralmente contra judeus. 

A nota chegou a lamentar que a violência ocorreu às vésperas da “Noite dos Cristais”, evento de 9 de novembro de 1938 em que diversos estabelecimentos judeus foram destruídos durante uma revolta antissemita na Alemanha nazista. 

Por outro lado, os manifestantes acusam os torcedores do Maccabi Tel Aviv de entoarem gritos incentivando a morte de palestinos e pegarem bandeiras do país espalhadas pela cidade para destruí-las. 

Time “sem casa” na guerra

A Guerra em Gaza afeta profundamente a vida do futebol israelense. O país é ligado à Uefa desde da década de 90, reflexo das tensões com representantes parabéns na Federação Asiática. 

Desde o início do conflito em outubro de 2023, a seleção e os clubes israelenses foram proibidos de jogarem duelos continentais em casa, por questões de segurança. O Maccabi Tel Aviv, por exemplo, joga as suas partidas na Liga Europa na Sérvia. 

Comunidades árabes nos Países Baixos

A manifestação pró-Palestina também não é motivo de choque nos Países Baixos. As comunidades árabes representam a maior fatia de imigrantes não-europeus locais, principalmente vindos do Marrocos e da Turquia. 

O jogador Hakim Ziyech, capitão da seleção marroquina, chegou a defender em suas redes sociais os ataques contra os torcedores israelenses. Apesar de jogar por Marrocos, ele nasceu nos Países Baixos, tendo toda a sua carreira em clubes locais. 

Após os eventos da última quinta, grupos da extrema-direita holandesa chegaram a reforçar a política anti-imigração. 

Ajax “judeu”

Apesar das cenas de violência, o Ajax, clube que enfrentou o Maccabi, tem longa história de apoio à causa judaica. 

O clube tem raízes na comunidade judaica holandesa, sendo alvo de manifestações antissemitas dos rivais desde a década de 70. Os torcedores do clube então decidiram abraçar a herança, incluindo cantos judaicos nas arquibancadas. 

O clube também atrai uma grande parte da comunidade árabe, com a sua posição anti-racista e pró-imigração nos Países Baixos. 

“Ultras” do Maccabi e a extrema-direita

Por outro lado, parte da torcida do Maccabi Tel Aviv tem histórico de ligação com a extrema-direita israelense. 

O grupo “ultra” “Maccabi Fanatics” é ligado à extrema-direita israelense, com contos e faixas contra árabes e refugiados nos jogos dos clubes. 

Em 2020, um grupo pertencente aos “Fanatics” chegou a atacar manifestantes que protestavam contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.  

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