Tite explica por que voltou atrás e assumiu o Flamengo em 2023: "Projeto pesou"

Treinador enalteceu a grandeza do Flamengo e traçou o objetivo para a temporada atual; confira a seguir

Da redação

Tite é apresentado como técnico do Flamengo
Marcelo Cortes /CRF

Apresentado como técnico do Flamengo nesta segunda-feira (16), Tite falou sobre voltar a trabalhar ainda em 2023. A escolha por assumir o Rubro-negro agora contraria algo dito por ele pouco depois de deixar a Seleção Brasileira: o treinador havia afirmado que só voltaria ao mercado brasileiro em 2024.

O técnico explicou que mudou de ideia por um ‘ajuste de data’, que traz riscos e benefícios. Ele chegou a admitir que ‘não queria iniciar o projeto agora’, mas entendeu a necessidade do Flamengo.

Eu prefiro colocar como um ajuste de data. Por quê? O objetivo do Flamengo, de [trabalhar] 2024, foi a premissa da conversa. Da minha forma também, de [pensar em] 2024. Quando conversamos a respeito, o Braz disse assim: ‘Como é que a gente ajusta seus objetivos profissionais com os objetivos e necessidades do Flamengo?’. O projeto pesou mais forte - Tite.

“O ajuste de data traz benefícios e riscos. Por quê? Porque o objetivo é a classificação direta para a Libertadores. A perspectiva de título é matemática, mas ela é sonho. Tem bastante gente na briga por vaga na Libertadores. E o que traz de benefício? Para o projeto de 2024 já conheceremos todos os jogadores. Estar trabalhando agora é importante. Então esse ajuste acabou acontecendo. Vejo como uma percepção da grandeza do Flamengo e de seus objetivos, com um benefício particular do trabalho”, acrescentou.

Em seguida, Tite voltou a ser perguntado sobre o projeto do Flamengo e o que o teria convencido de já iniciar os trabalhos em outubro deste ano.

A estabilidade que o clube tem na sua qualidade, a torcida, como ela te mobiliza e incentiva, uma estrutura, um grupo que joga às claras as situações boas e ruins. Por exemplo, eu não queria vir agora. Há um tempo melhor, no início do ano, mas há uma necessidade do clube. E podemos acelerar esse processo. É um desafio profissional, um estado onde nunca trabalhei. É diferente, é um estado novo, também é desafiador. Tem um conjunto muito grande [de coisas que o levou ao Flamengo] - Tite.

Outras respostas de Tite

Motivação para voltar a dirigir um clube

"Quando estávamos conversando, o projeto de 2024 [me motivou]. A busca de uma retomada de vitórias importantes, perspectivas de títulos, sim, e depois alinhamento de datas para que a gente pudesse seguir esse trabalho e ter uma possibilidade de êxito, que é o que me move."

Gabigol e Pedro jogam juntos?

“Parcialmente eu posso te responder. Conversei com o Gabi e com o Pedro e falei da possibilidade de utilização dos dois, sim. O conjunto da obra com o Bruno [Henrique] começa a ter uma variável maior. Ou de um outro atacante, Cebolinha, Luiz Araújo, que são jogadores mais verticais, mais agudos. Jogar bem é jogar bem na fase ofensiva, é jogar bem na fase defensiva, nas bolas paradas. Quando alguma coisa dessas não funcionar bem, você está mais longe das vitórias.”

"Conversei com ele sim [sobre a Copa do Mundo]. Coloquei a eles [Gabigol e Pedro] que eles concorreram para ir à Copa. Mas não nas mesmas características. Um concorreu como pivô, outro como um atacante de movimentação. Inclusive por isso eles podem atuar juntos. Pensando no ponto de equilíbrio que a equipe possa ter."

Renovação do elenco para 2024

"O técnico é uma figura importante na engrenagem do clube, mas acima, numa hierarquia, está a sua direção, que já tem um comando e uma diretriz. Eu fui perguntado se algum atleta tinha entrado em contato comigo, e nenhum atleta entrou em contato comigo. Isso é um respeito a hierarquia. Há um encaminhamento, mas são 12 jogos decisivos e todos são importantes para o objetivo da classificação [para a Libertadores]."

Problemas dos jogadores com outros técnicos

"Eu tenho a ciência de que eu era um jogador nota 7, não tinha nada de especial. Mas eu observava os técnicos e dizia assim: ‘Pode escalar [outro], porém me treine igual e me respeite igual’. É tipo um carimbo meu, eu faço isso, passo para os atletas. Respeito."

Melhorar a confiança do elenco

"Eu acredito em confiança, um atleta ter confiança e ser desafiado. Eu gosto de deixar numa zona de confiança e desafiar. Somos nós, eu e os atletas todos."

DNA ofensivo do Flamengo

“O jogo é um mecanismo vivo, mas ele parte de alguns princípios. Tem a questão da posse de bola, do criativo-ofensivo, que é do DNA do Flamengo e o técnico precisa se adaptar aos atletas e à equipe, e não o contrário. Ele [time] precisa jogar, e saber jogar, mesmo que seja num percentual menor, consistente defensivamente. E ser eficiente em bolas paradas. Quando se foge desses aspectos, a gente fica mais longe de vencer. Por que falo isso? Porque em alguns momentos o adversário vai ter o domínio, e domínio eu considero ter a bola. E controlar o adversário, não dar a ele oportunidade de finalização, você fica mais perto de vencer.”

Primeiros dias de trabalho

“A Data Fifa permitiu um conhecimento primeiro humano, dos funcionários, depois com os atletas. Na sequência, a gente faz um trabalho com as informações do aspecto físico, mas já implementando fase ofensiva, defensiva e bola parada, e fizemos uma forma rápida.”

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