Super Liga Europeia anuncia novo projeto para ser oposição a Champions League

Segundo o CEO da Super Liga é hora de fazer mudanças no futebol europeu

Da redação

Super Liga Europeia ressurge com novas propostas
Divulgação

Na manhã desta quinta-feira, 9, o CEO da Superliga Europeia, Bernd Reichart, explicou ao jornal “El País” o novo projeto para criação de uma nova competição que faria oposição a Champions Lague, e existe um conjunto de dez princípios que serão seguidos.

"O futebol europeu está à beira do abismo. Surgiram enormes desequilíbrios em todo o nosso continente e os tradicionais clubes europeus, com um passado glorioso, estão hoje impossibilitados de competir. Em outubro do ano passado iniciamos um processo de diálogo com quase 50 clubes e a conclusão compartilhada por quase todos eles é que os alicerces sobre os quais o futebol europeu é construído estão seriamente ameaçados. Chegou a hora de fazer mudanças", disse o CEO.

A Superliga Europeia surgiu em abril de 2021, e era composta por 12 grandes clubes do futebol europeu Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham (Inglaterra), Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid (Espanha), Inter de Milão, Juventus e Milan (Itália). Mas em 48 horas, metade deles desistiram da criação (Manchester City, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Chelsea).

Confira os 10 princípios que serão seguidos:

Liga aberta e com mais divisões

A Liga Europeia de Futebol deve ser uma competição aberta, com várias divisões, composta por 60 a 80 equipes, e que permita uma distribuição sustentável dos rendimentos ao longo da pirâmide do futebol. A participação em cada temporada deve ser baseada no mérito desportivo, não havendo membros permanentes. O sistema de qualificação deve ser aberto, baseado no desempenho nas competições nacionais, permitindo assim o acesso de todos os clubes à competição, mantendo a dinâmica competitiva a nível nacional.

Competições nacionais: os fundamentos do futebol

Os clubes participantes devem permanecer comprometidos com suas competições e torneios nacionais, como estão hoje. Ao mesmo tempo, deve ser abordada a necessidade crítica de fortalecer e tornar os torneios nacionais mais competitivos em todo o continente. As competições europeias devem desempenhar um papel fundamental na consecução deste objetivo, gerando e injetando recursos adicionais em todo o sistema.

Melhorar a competitividade com recursos estáveis ??e sustentáveis

A melhoria da competitividade dos clubes europeus passa por uma maior distribuição de recursos financeiros por toda a pirâmide e por regras de sustentabilidade financeira rigorosamente aplicadas. Os clubes precisam de maior estabilidade e visibilidade das suas receitas anuais para poderem assumir compromissos a longo prazo, tanto com os seus jogadores como com o desenvolvimento das infraestruturas. Um formato de competição europeu melhor e mais atraente geraria recursos adicionais, e não há dúvida de que a estabilidade financeira dos clubes aumentaria muito se fossem garantidos um mínimo de 14 jogos europeus por temporada.

Saúde dos jogadores

A saúde dos jogadores deve ser um fator essencial para determinar o número de jogos que devem ser disputados a cada ano. O número de dias de competição europeia não deve aumentar em relação ao previsto nos calendários atuais. As associações de jogadores devem estar mais envolvidas na garantia da saúde dos jogadores e o diálogo social deve ser promovido na UE. É fundamental que os clubes europeus e seus jogadores não sejam forçados por terceiros a participar de novas competições ou calendários ampliados de torneios atuais.

Competições Governadas por Clubes com Regras de Sustentabilidade Financeira Transparentes e Rigorosamente Aplicadas

As competições europeias de clubes devem ser regidas pelos clubes como são a nível nacional, não por terceirosque se beneficiam sem correr nenhum risco. A estrutura de governança deve ser totalmente compatível com a legislação da UE. ParaPara melhorar a sustentabilidade, os gastos devem basear-se apenas nos recursos gerados, e não nas injeções de capital que distorcem a concorrência. As regras de sustentabilidade financeira devem permitir que os clubes gastem apenas uma quantia fixaporcentagem de sua receita anual relacionada ao futebol em salários de jogadores e transferências líquidas comprovisões para clubes menores e regras de transição.

A melhor competição de futebol do mundo

O objetivo deve ser desenvolver uma competição de futebol europeia que se torne o evento esportivo mais emocionante do mundo. Os torcedores europeus merecem as melhores partidas e a melhor experiência. Também é fundamental que as gerações mais jovens, atraídas pela expansão global da mídia americana de esportes e entretenimento digital, continuem a abraçar o futebol como o esporte mais amado do mundo. E tudo isso só se consegue com competições que permitem aos melhores jogadores do mundo disputar ao longo da temporada com partidas emocionantes, do início ao fim.

Melhorar a experiência do torcedor

O futebol é o esporte popular por excelência, e o diálogo com torcedores e torcidas independentes é fundamental para a troca de ideias que possam melhorar a experiência do torcedor. Medidas adicionais devem ser tomadas para facilitar a presença dos torcedores nos jogos fora de casa. Padrões também devem ser estabelecidos com o objetivo de regular a qualidade dos estádios e outras infraestruturas de futebol, melhorando assim a experiência de futebol ao vivo.

Desenvolver e financiar o futebol feminino

É fundamental promover e desenvolver o futebol feminino e dar-lhe destaque a par das competições masculinas. Para atingir este objetivo, o financiamento das competições europeias de clubes femininos deve ser significativamente expandido. Os investimentos no futebol feminino devem visar tanto o nível profissional quanto o desenvolvimento do futebol de base.

Aumentar significativamente a solidariedade

A solidariedade para com o futebol de base é um pilar essencial do futebol europeu e deve aumentar significativamente em relação aos níveis atuais. Conforme anunciado, a contribuição de um mínimo de 400 milhões de euros por ano para a solidariedade, clubes que não participam na competição e causas sociais – ou seja, mais do dobro da contribuição das atuais Competições Europeias de Clubes – deverá ajudar a atingir este objetivo. A transparência na gestão também deve ser garantida por meio da supervisão de autoridades independentes que reportem pública e periodicamente sobre a destinação dos recursos e seu impacto.

Respeito pelos valores e regulamentos da União Europeia

Os jogadores do futebol europeu devem respeitar os valores, regras e liberdades fundamentais da União Europeia. Por esta razão, nenhum clube europeu deve ser obrigado a submeter-se a sistemas de resolução de conflitos fora da União Europeia e do seu estado de direito. A jurisdição da arbitragem desportiva deve limitar-se estritamente a questões de natureza desportiva, devendo qualquer questão de outra natureza jurídica ser resolvida no foro apropriado para o efeito. E em todos os casos, sob a supervisão final do sistema judicial da União Europeia.

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