A comemoração "embala neném", feita por Bebeto ao celebrar gol brasileiro na Copa do Mundo de 1994, rodou o país e o mundo, ganhou vida em videogames e plantou uma curiosidade para geração que acompanhou de perto a campanha do título: o que aconteceu e como estão os "filhos do Tetra"? Os três seguiram os passos dos pais e viraram jogadores de futebol: Mattheus, Romarinho e Rafinha, filhos de Bebeto, Romário e Mazinho, respectivamente.
A resposta, por mais que óbvia, ainda intriga muitos que não conhecem o paradeiro dos filhos dos jogadores homenageados no momento do gol da Seleção Brasileira em terras norte-americanas. Mas antes de falar dos personagens centrais, vamos lembrar o contexto e o jogo que a comemoração apareceu.
Brasil x Holanda - Quartas de Final da Copa do Mundo de 1994
Antes do confronto complicado diante da Holanda, comandada em campo pelo camisa 10 Bergkamp, a seleção de Parreira já havia despachado os anfitriões Estados Unidos nas oitavas de final, por 1 a 0, com gol de Bebeto em jogada de Romário.
Contra os holandeses a tarefa não foi fácil, como se previa. O Brasil abriu 2 a 0 já na segunda etapa, com gols da dupla Romário e Bebeto - marcando justamente no segundo, que gerou a comemoração emblemática.
Bebeto driblou o goleiro holandês, completou para o fundo das redes e partiu para a lateral do campo, onde imitou o gesto de embalar um bebê. Logo foi acompanhado pelos também papais Romário e Mazinho.
Após abrir a vantagem no placar, a Seleção sofreu o empate, mas chegaria ao terceiro para se classificar dos pés de Branco, em falta de longa distância acertando o pé da trave sem chances para Ed de Goey.
Mattheus, filho de Bebeto - 7 de julho de 1994
Mattheus nasceu dois antes do jogo contra a Holanda, e foi seu nascimento que motivou a comemoração de Bebeto.
Desde o sub-13 ao profissional do Flamengo, Mattheus subiu para o elenco principal rubro-negro na época do “Bonde do Mengão sem freio”, comandado por Ronaldinho Gaúcho, em 2012. Na época com apenas 18 anos, o meia chegou a fazer 12 jogos pelo time de cima.
Retornando ao sub-20, Mattheus reapareceu em 2013 sem nenhum jogo, mas consta na equipe campeã da Copa do Brasil daquele ano pelo Flamengo. Já na última temporada vestindo vermelho e preto (2014), terminou com oito jogos e nenhuma participação em gol.
Daí em diante o filho de Bebeto arriscou grande parte da carreira na Europa, mais precisamente, em terras lusitanas. Passando por Estoril Praia (2014-2016), Sporting (2017), Vitória de Guimarães (2017-2019) e retornando ao Coritiba na pandemia, em 2020.
Com apenas 12 jogos pelo clube paranaense e um gol (o único da carreira em solo brasileiro), Mattheus retornou para Portugal vestindo as cores do CD Mafra e do Farense. Este último, no entanto, segue sendo o atual clube do meia. Na temporada vigente, Mattheus já quebrou a marca pessoal de mais vezes entrando em campo durante uma só temporada: 37.
Romarinho, filho de Romário - 20 de setembro de 1993
Romário de Souza Faria Filho, o Romarinho, nasceu um dia depois do histórico jogo em que o Brasil venceu o Uruguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994. No Maracanã, Romário voltou à Seleção como “salvador da pátria” e fez os gols da vitória de 2 a 0.
Romarinho ficou na base do Vasco de 2007 a 2013. O pontapé na carreira profissional, entretanto, na temporada seguinte, no Brasiliense, onde esteve em poucos jogos. O filho do Baixinho acabou retornando ao clube formador em 2015.
Entrando no gramado apenas em quatro oportunidades, foi também neste ano que a passagem do filho de Baixinho se encerrou no Gigante da Colina.
Daí em diante, rodou por clubes como Macaé, Tupi, Figueirense, Maringá, Joinville, Novo Hamburgo, Icasa, Blumenau e Atlético Catarinense.
Romarinho também jogou no futebol japonês, onde vestiu as cores do Zweigen Kanazawa, e na Bolívia, defendendo o Destroyers.
Hoje com 30 anos, Romarinho joga no clube de coração do pai, o América-RJ, onde Romário também é presidente e jogador, aos 58 anos. Os dois vivem a expectativa de atuarem juntos pela primeira vez.
Romário assumiu a presidência da equipe carioca em novembro de 2023 pelo triênio de 2024-2026 e decidiu voltar aos gramados em abril deste ano para disputa da segundona do estadual, quinze anos após anunciar aposentadoria.
Rafinha, filho de Mazinho - 12 de fevereiro de 1993
Com passagem por clubes grandes da Europa, Rafinha teve início da carreira na categoria de base mais renomada do futebol: a La Masia, do Barcelona. Chegando ao profissional na época de Pep Guardiola ao lado do irmão Thiago Alcântara, os dois pouco espaço tiveram no clube catalão em um primeiro momento.
Alternando entre Barcelona e outros empréstimos, Rafinha foi encerrar o vínculo com o clube formador apenas na temporada 2019/20. Neste meio tempo, também vestiu as camisas do Celta de Vigo e da Inter de Milão, colecionando pouca minutagem e participações em gols.
Assim como o pai, Rafinha vestiu a camisa da Seleção e, apesar de não repetir o mesmo padrão de frequência e títulos, conquistou pelo menos um caneco - ou melhor, uma medalha olímpica, a de ouro, algo que o pai, campeão do mundo, não ganhou.
Rafinha fez parte do elenco que garantiu a primeira medalha de ouro no futebol da história do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2016. O meia começou os seis jogos da campanha no banco de reservas, porém, participou de cinco deles e converteu a terceira penalidade na decisão diante da Alemanha.
Já desvinculado do Barcelona, o meio-campista foi para o Paris Saint-Germain na temporada 2020/21, vestindo as cores da equipe francesa por dois anos ao lado do ex-parceiro de tempos na Espanha e Seleção Neymar. Hoje, três anos mais tarde, completa a segunda temporada pelo Al-Arabi, do Catar, vestindo a 10 do clube.