Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, não compareceram à sessão da CPI das Pirâmides Financeiras, também chamada de CPI das Criptomoedas, nesta terça-feira (22). Com a ausência, a dupla foi convocada para dar depoimentos na próxima quinta (24).
Os deputados querem ouvir o campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 2002 sobre suspeitas de fraudes envolvendo a “18k Ronaldinho”, empresa da qual o astro foi garoto-propaganda.
De acordo com o autor do requerimento de convocação, o deputado federal Ricardo Silva (PSD-SP), a “18k Ronaldinho” se apresentava inicialmente como “uma marca de relógios esportivos” com bastante circulação nos Estados Unidos. Em 2019, já com parceria com o ex-jogador, teria se transformado em um “canal digital de trading e criptoativos com remuneração em multinível”. Havia promessas de ganhos diários de até 2% para os clientes.
Em outubro de 2019, a empresa foi apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como pirâmide financeira. Ronaldinho Gaúcho se defendeu dizendo que teve a sua imagem usada de forma indevida e que também teria sido prejudicado.
“Mesmo após o rompimento, o ex-jogador esteve envolvido em uma pirâmide e sua imagem, dada sua credibilidade e popularidade, incentivou milhares de pessoas a investir em uma fraude, o que causou prejuízos a elas", escreveu o deputado Ricardo Silva, autor do requerimento.
O que pode acontecer com Ronaldinho
Se faltarem novamente à comissão, o presidente da CPI, Aureo Ribeiro, não descarta viabilizar a condução coercitiva de Ronaldinho e seu irmão à Câmara.
Se não estiverem aqui, nós iremos buscar condução coercitiva, vamos com força policial. Por quê? Não é pela condição de ser jogador ou não, de ser rico ou de ser pobre, e o senhor Ronaldinho tem muito a falar pra essa CPI e ao povo brasileiro, ele e seus sócios - Ricardo Silva, relator da CPI.
A condução coercitiva é uma medida prevista em lei que permite que uma pessoa seja levada à presença da autoridade policial ou judiciária mesmo contra a sua vontade.