Silvio Luiz não gritava gol. Pode parecer estranho para um locutor esportivo com 70 anos de trajetória profissional, mas os gols narrados por ele eram sempre descritos de outras maneiras, nunca das mais óbvias.
Ao longo de sua história, Silvio Luiz aliou os gols a alguns de seus bordões mais conhecidos marcantes. Bola na rede era sinal de “é mais um gol brasileiro, meu povo”.
Ou de “foi, foi, foi, foi ele”.
E o autor? O autor do gol era identificado como “o craque”, acompanhado pelo número da camisa.
Para quem brinca de narrar futebol, assistindo pela TV ou em qualquer pelada, imitar Silvio Luiz é algo praticamente natural.
Vai começar o jogo? “Acerte o seu aí que eu arredondo o meu aqui!”
Começou? Repita pausada e longamente: “Está valendo!”
O chute que vinha era recebido por um de seus mais conhecidos bordões: “olho no lance”. E se a bola explodia na trave, a resposta era um sonoro “no pau”.
Silvio Luiz morreu na manhã desta quinta-feira (16), em São Paulo, após semanas internações. Tinha 89 anos.
Relembre os bordões mais conhecidos de Silvio Luiz:
- “Acerte o seu aí que eu arredondo o meu aqui!” (antes do pontapé inicial)
- “Está valendo!” (no pontapé inicial)
- “Olho no lance!” (antes de um chute a gol)
- "O que que eu vou dizer lá em casa” (em um gol perdido)
- “Pelo amor dos meus filhinhos” (em um gol perdido)
- “Minha Nossa Senhora” (em um gol perdido)
- “Pelas barbas do Profeta” (em um gol perdido)
- “No pau” (bola na trave)
- “É mais um gol brasileiro meu povo!” (gol)
- “Foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi ele!” (gol)
- “Confira comigo no replay!” (chamando o replay do lance)
- “O que foi que só você viu?” (chamando o repórter de campo para intervir)