O atacante Adriano Imperador, um dos maiores, e mais polêmicos, centroavantes do futebol brasileiro neste século, se aposentou oficialmente dos gramados no último domingo (15), no Maracanã.
O jogador acumulou gols, títulos, e problemas fora do campo durante a sua carreira. Relembre:
Brigas com Joana Machado
Adriano começou a namorar a personal trainer Joana Machado em 2008, após ter voltado para o Brasil. O relacionamento foi marcado por idas e vindas, e acusações de violência doméstica.
O caso mais famoso ocorreu em 2010. Joana teria descoberto que o jogador saiu para beber na favela da Chatuba, na Baixada Fluminense, com colegas de time. A personal teria ido até o local e destruído o carro de todos como vingança. Adriano foi acusado de responder amarrando a namorada em uma árvore até ela se acalmar.
O ex-jogador confirma que houve a briga, mas sempre negou o caso da árvore em entrevistas e na sua autobiografia. Segundo ele, apenas brigou com Joana, a colocou no carro e foi embora.
“Que Deus perdoe essas pessoas ruins”
O atacante sempre tentou equilibrar a vida conturbada fora do campo na corda-bamba do desempenho nos gramados. Exemplo é como respondeu à repercussão da mídia da confusão com Joana.
Ele marcou o gol da vitória do Flamengo no clássico contra o Vasco no primeiro jogo em que atuou depois da briga. Na comemoração, tirou a camisa rubro-negra e mostrou uma regata com a frase “Que Deus perdoe essas pessoas ruins”.
A comemoração virou símbolo da carreira de Adriano, e eternizada em brincadeiras nas redes sociais.
Ligações com traficantes
Criado na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, Adriano nunca negou que manteve forte as suas relações com a favela, mas isso chegou a trazê-lo problemas com a Justiça.
Em 2014, o jogador foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele teria comprado uma moto e colocado no nome da mãe do traficante “Mica”, chefe do tráfico no Complexo do Alemão na época. Ele foi absolvido em 2016.
Outro fruto de críticas foi uma série de fotos tiradas em 2010. Em uma, ele posa supostamente segurado um rifle, enquanto um amigo carrega uma metralhadora dourada. Em outra, ele aparece fazendo as letras “CV” com as mãos - suposta alusão à facção criminosa “Comando Vermelho”.
O então empresário do jogador, Gilmar Rinaldi, afirmou que a arma que ele carregava era de paintball, enquanto a do colega era um abajur quebrado que ele tinha na Itália.
No Corinthians, lesão, “sumiço” tiro e gol
O “Imperador” foi um dos grandes reforços do Corinthians para a temporada de 2011, mas pouco correspondeu nos gramados. O jogador demorou cinco meses para estrear, se recuperando de uma lesão no ombro. Sob acusações de estar fora de forma e faltar em treinamentos, acabou fazendo apenas dois gols em oito jogos pelo Timão.
Um deles, pelo menos, entrou na história. O Corinthians brigava pelo título brasileiro quando empatava contra o Atlético-MG. O atacante então entrou em campo e fez o gol da vitória. Na comemoração, mais um momento histórico: ele tirou a camisa e mostrou os músculos, para mostrar que não estava “gordo”.
O técnico Tite parece que não concordou com afirmação. O jogador teve o contrato rescindido no início de 2012, após supostamente se recusar a subir na balança e ser afastado do elenco.
A passagem pelo Corinthians também teve problemas envolvendo mulheres e armas. No dia 24 de dezembro de 2011, uma jovem de 20 anos foi baleada na mão supostamente pelo jogador. Ele estaria mostrando a arma do segurança para ela quando a disparou acidentalmente. Adriano acabou pagando uma indenização para a vítima após acordo judicial.
“Achado” em show da Anitta
Apesar de ter o jogo de despedida em 2024, o último clube grande brasileiro do Imperador foi o Athletico-PR há dez anos. A passagem do atacante foi novamente marcada por poucos gols e acusações de falta de comprometimento.
A gota final foi em abril naquele ano. O jogador faltou nos dois treinos logos após a eliminação do clube na Copa Libertadores, mas não deu mais detalhes. Só que ele foi flagrado em um show da cantora Anitta em Curitiba no mesmo período. Ele foi dispensado logo depois.