Rebeca Andrade deve deixar competições de solo na ginástica: 'Sinto muita dor'

Maior medalhista olímpica do Brasil afirma que dores no corpo devem obrigá-la a focar em outros aparelhos

Por Caio Cappato

Nos próximos anos, Rebeca Andrade pode aproveitar o tempo para curtir muitos dos hobbies que tem, como cantar e pilotar karts. Mas deve se dedicar menos tempo aos exercícios do solo na ginástica – justamente o aparelho que rendeu a ela uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

Aos 25 anos, a maior medalhista olímpica do esporte brasileiro lida com dores no corpo. Assim, se quiser disputar a Olimpíada de 2028 em Los Angeles, quando terá 29 anos, terá que se concentrar em outros aparelhos.

“Meu foco mesmo são as paralelas (assimétricas) e o salto. São os dois aparelhos que exigem menos das minhas dores, vamos dizer. Solo é complicado. A gente está decidido mesmo. Continuo com o mesmo pensamento. Perguntando hoje, não quero mais fazer, não tenho vontade. Vou sentir saudades? Vou sentir saudades. Eu realmente não tenho vontade de fazer, porque eu sinto muita dor. Eu lembro da dor, eu vou lá e não preciso”, disse Rebeca em entrevista à Band.

“Eu conquistei tudo que eu queria conquistar, e agora eu continuo no esporte porque eu ainda amo esse esporte, vou dar tudo que a Rebeca tem para dar para ter meus melhores resultados nos aparelhos que eu decidir fazer. Se em um futuro muito distante a equipe precisar de mim, e eu estiver bem, com o meu corpo um pouco melhor pelo menos, eu vou ajudar a equipe, porque eu não sou maluca. Mas se eu também não estiver me sentindo bem ou se só não quiser, também não vou fazer e acho que não vai ser um problema”, acrescentou.

Ao longo da carreira, Rebeca participou de três Olimpíadas – Rio-2016, Tóquio-2020 e Paris-2024. E, ciente das conquistas, a ginasta sabe que tem um papel fundamental para as novas gerações – não apenas no esporte.

“Estou bem feliz com as minhas medalhas guardadinhas lá em casa. Tudo que eu conquistei, o patamar em que eu pude chegar hoje. Não tem coisa melhor para uma atleta”, diz a ginasta, feliz por se tornar exemplo para crianças e adolescentes.

“A gente sabe o quanto a gente precisa de referência de pessoas para fazer a gente acreditar. Poder, hoje, ser esse tipo de representatividade para tantas crianças e adolescentes, que são de comunidades, periferias, que têm uma vida mais difícil... E outras pessoas em geral também, sabe? A gente está ali representando um grupo também, mas representa todo um país. São muitas crianças que se inspiram na gente.”

Com tantos resultados na ginástica e tantos talentos fora do esporte, Rebeca brinca que só falta um objetivo: conhecer a atriz Viola Davis.

“Nossa Senhora, deve ser muito legal”, diz a ginasta, seguida pela atriz nas redes sociais.

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