O arbitro Raphael Claus, um dos principais árbitros do futebol brasileiro e que integra o quadro de arbitragem da FIFA, conversou ao vivo com o programa Jogo Aberto dessa quinta-feira (02) e falou sobre antecipação no repasse das taxas que os árbitros teriam direito a receber. A ação da CBF e da Comissão de Arbitragem da CBF deve ajudar quase 500 árbitros durante a pandemia.
“Nós gostaríamos de agradecer ao presidente Caboclo, ao presidente Gaciba, que estão dando esse suporte aos árbitros nesse momento. Não é dificuldade só da arbitragem, nós sabemos que todo mundo está com dificuldades, inclusive as instituições”, disse Claus.
Claus também comentou a decisão da Federação Paulista de Futebol (FPF) de negar o pedido feito pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (Safesp) para 'concessão de remuneração e/ou auxílio financeiro a todos os profissionais da arbitragem' - “A gente sabe que a grande diferença nesse caso com a Federação Paulista é a incerteza se o campeonato vai continuar ou não. Então, no cenário que vivemos hoje, é uma incógnita. Então também, às vezes, não é possível fazer o adiantamento de taxas como foi feito na CBF porque não sabemos se o campeonato vai voltar ou não”, disse o arbitro que integra o quadro da FIFA desde 2015.
O arbitro também destacou que o cenário de agora é parecido com quando um arbitro se machuca e fica impedido participar dos jogos – “Uma lesão que possa acontecer em um arbitro e o tirar dos campos por tempo indeterminado, acontece mais ou menos o que está passando agora. A gente tem que fazer um suporte financeiro para que a pessoa possa passar esses momentos de crise com uma maior tranquilidade”, alertou Claus.
Rafael Claus chegou a citar quando teve uma lesão em 2014 e teve ajuda da comissão de arbitragem e da CBF em seu tratamento - “Em 2014, eu passei por uma lesão e eu fiquei fora dos campos por praticamente quatro meses e através do presidente da comissão de arbitragem, o Sérgio Corrêa, juntamente com o presidente da CBF, o Marco Polo, me deram todo o suporte financeiro, referente ao tratamento da lesão”, mas contou também que teve algumas dificuldades e disse que é preciso estar preparado para esses momentos - “por exemplo, eu moro na cidade de Santa Barbara do Oeste e tratava em São Paulo. Eles me deram todo o suporte da lesão, mas eu tinha estadia, alimentação. Então, se eu não tivesse me preparado antes para passar esse momento de dificuldade, com certeza, eu não conseguia nem tratar essa lesão aqui em São Paulo né. Eu teria que ter tratado no interior e em São Paulo eu encontrei os melhores profissionais”.
Claus concluiu falando que é um momento que não vai ser difícil apenas para os árbitros, mas é difícil para todos. Mas que a ajuda para os profissionais da arbitragem tem muito valor – “Esse é um momento que os árbitros vão passar por dificuldade, mas é importante a gente salientar que não é só a arbitragem que está passando. As instituições estão perdendo muito, os empresários estão perdendo muito, os funcionários. Então é uma bola de neve, nesse momento todos vão perder um pouco. Então tudo que entra para o arbitro, tanto em nível internacional, quanto amador, é de fundamental valia”.