Gramados sintéticos e lesões: especialista fala sobre fatos e mitos na RB

A Rádio Bandeirantes aprofundou debate com o Doutor Paulo Zogaib, ex-fisiologista de Palmeiras e Portuguesa

Da redação

Allianz Parque foi um dos pioneiros a receber gramados artificiais no Brasil
Foto: Fabio Menotti

No cenário do futebol brasileiro o debate sobre gramados sintéticos e seus impactos diante de possíveis lesões aos atletas segue ganhando destaque. Neste contexto, o Dr. Paulo Zogaib, fisiologista com passagens por Palmeiras, Portuguesa e atualmente no EC Pinheiros, foi convidado para abordar o tema no programa "Esporte em Debate", da Rádio Bandeirantes, nesta sexta-feira (1). 

No Brasil, clubes como Athletico-PR, Palmeiras e Botafogo decidiram investir nessa tecnologia alegando benefícios como a durabilidade, facilidade de manutenção, possibilidade de utilizar os campos em condições climáticas adversas além da abertura de tornar o espaço mais preparado para o multiuso. 

Entretanto, o uso desses gramados levanta controvérsias, especialmente no que diz respeito ao possível aumento do risco de lesões. Vale ressaltar que, na maioria dos casos, as reclamações partem por dirigentes e torcedores de clubes que ainda optam pelo uso e manutenção da tradicional grama natural.

Lesões no sintético: obra do acaso ou premeditado?

A mais recente ocorrência aconteceu com a jovem promessa Vitor Roque, que, ao romper o ligamento do tornozelo direito durante a partida contra o Internacional na Ligga Arena em partida do Brasileirão, ficou afastado dos gramados por cerca de dois meses.

Além do atacante já negociado com o Barcelona, o São Paulo também foi outro clube que enfrentou duas ausências, enquanto Botafogo e Palmeiras tiveram uma cada, devido a lesões graves ocorridas em gramado sintético.

Com danos no ligamento cruzado anterior (LCA), tanto Ferraresi quanto Galoppo foram desfalques para o Tricolor do Morumbi durante o Paulistão, perdendo o restante das respectivas temporadas pelo clube.

No caso do Palmeiras, Dudu também se tornou ausência após o confronto contra o Vasco em casa. O camisa sete palmeirense na ocasião rompeu o ligamento cruzado anterior e lesionou o menisco do joelho direito sozinho e, deve voltar ao futebol somente no primeiro semestre de 2024.

Doutor Zogaib responde: o que é fato, o que é mito?

Estudos apontam relativa diferença em lesões 

As revisões mais recentes são controversas, ainda se tem uma leve ideia de que os gramados sintéticos provocam mais lesões que os naturais. Mas quando se pensa em estatística essa diferença não é muito relevante. Existem muitas variáveis nessas análises. - afirmou Zogaib

Zogaib vetaria o uso do gramado sintético se estivesse em um clube de futebol atualmente? Questionou Alexandre Praetzel:

Vetar não. Tudo depende das condições. Faz um bom tempo que estou afastado do Palmeiras, mas, imagino que façam um treino recorrente para adaptar ao gramado (sintético). Se acontecer dessa maneira, você tem grandes chances de diminuir as lesões. - completou o fisiologista

Gramado natural não fica isento de imperfeições

Não dá para dizer que o gramado natural é uma maravilha, né? Você também tem lesões. A qualidade dos gramados causa mais lesões no gramado natural, por fatores como falta de cuidado, grama alta, estar encharcado, isso também acaba modificando as incidências de lesões - comentou

Sobre preferências dos jogadores, Zogaib opina:

Eu imagino que a grande maioria dos atletas prefiram o gramado natural. Talvez se desde a base você tenha um trabalho de transição com o society você tehna uma musculatura que fique mais apta para esses atletas nesse tipo de gramado (articial)

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