O zagueiro francês Wesley Fofana, de 23 anos, usou as próprias redes sociais para repudiar na tarde desta terça-feira (16) a canção racista registrada nas comemorações dos jogadores da Argentina após o título da Copa América, diante da Colômbia.
O vídeo polêmico foi gravado por Enzo Fernández, colega de Fofana no Chelsea.
Futebol em 2024: racismo desinibido
Após subir a mensagem, o perfil de Fofana foi invadido por argentinos e britânicos apelidando o zagueiro de “chorão”, além de comentários racistas, como “negro, volte para África, volte para Costa do Marfim”.
O defensor nasceu em Marselha, porém tem dupla nacionalidade marfinense.
Fofana também foi questionado por deixar de seguir Enzo Fernández, que, ao perceber início de canção racista, desligou a transmissão.
Por que a música dos argentinos é racista?
Com ataques transfóbicos e racistas endereçados ao astro do futebol mundial Kylian Mbappé, a música ganhou fama após final da Copa do Mundo de 2022, disputada entre Argentina e França.
De maneira pejorativa, os jogadores questionam a nacionalidade dos atletas negros que atuam pela França.
"Escutem, corre a bola, eles jogam na França, mas são todos de Angola. Que lindo que vão correr, se relacionam com transsexuais como o p... do Mbappé. Sua velha (mãe) é nigeriana, seu velho (pai) é camaronês, mas no documento: ‘nacionalidade, francês’."
Os jogadores franceses descendentes das ex-colônias do país, principalmente os negros, sofrem com o preconceito desde a seleção local começou a usar atletas com dupla nacionalidade. Eles são acusados de não serem realmente franceses, apesar de muitos terem carreira e criação na Europa.