Quem é Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF que foi destituído

Decisão foi tomada pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro); dirigente ainda pode recorrer

Da redação

Quem é Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF que foi destituído
Conheça Ednaldo Rodrigues, presidente destituído da CBF
Rafael Ribeiro / CBF

Ednaldo Rodrigues ganhou o noticiário esportivo nesta quinta-feira (7) por ser destituído da presidência da CBF. A decisão foi tomada pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), e o dirigente ainda pode recorrer.

Natural de Vitória da Conquista, na Bahia, Ednaldo tem 69 anos e começou a trabalhar com futebol profissional em 1992, na FBF (Federação Bahiana de Futebol). Ele é graduado em Ciências Contábeis e foi gerente de multinacionais (como Coca-Cola e Pepsi) antes de virar dirigente.

Na década de 1970, também acumulou experiências como jogador de futebol amador em sua cidade natal. Ele atuava como lateral-esquerdo.

Destituído do cargo máximo da CBF nesta quinta, Ednaldo Rodrigues chegou à entidade por causa da Federação Bahiana. Ele iniciou a carreira na cartolagem como presidente da Liga Conquistense de Desportos Terrestre.

Em 1992, conseguiu o primeiro cargo na Federação Bahiana, como diretor do departamento de interior. Em 1997, virou vice da entidade. Quatro anos depois, chegou à presidência. Os anos à frente do futebol baiano o colocaram em contato direto com a CBF.

Ednaldo assumiu a CBF inicialmente em 2018, após o afastamento de Rogério Caboclo, à época presidente, por denúncias de assédio. Então vice, ele negociou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que movia uma ação contra a CBF sob alegação de desacordo entre a Lei Pelé e o estatuto da confederação.

Mantido interinamente no cargo a partir de então, Ednaldo Rodrigues foi eleito presidente da CBF em março de 2022. Na ocasião, concorreu sozinho e recebeu 137 dos 141 votos. A eleição chegou a ser inicialmente suspensa após ação movida por Gustavo Feijó, então vice-presidente e opositor do dirigente. Ainda assim, ele seguiu na cadeira e virou um símbolo de renovação.

Baiano e negro, ele assumiu o cargo que majoritariamente, em sua história, foi ocupado por homens brancos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ao ganhar a eleição, no ano passado, ele admitiu que precisava lidar com preconceitos.

Sofri todo tipo de pressão de preconceito. Preconceito por ser do Nordeste, por ser baiano, por ser do interior, o presidente por ser negro. Essa é a grande realidade e a grande resposta - Ednaldo Rodrigues.

“Eu sou uma pessoa humilde. E continuarei sendo humilde. Frequento os mesmos lugares que frequentava quando era jogador amador em Vitória da Conquista. O poder não sobe à minha cabeça. Vou continuar sendo a mesma pessoa”, afirmou o dirigente quando foi eleito.

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