Entre os sobreviventes na reta final de Wimbledon 2023, um tenista chama atenção e desafia os principais nomes do circuito: o americano Christopher Eubanks, número 43 do mundo, enfrentará o russo Daniil Medvedev nesta quarta-feira (12), por volta das 10h30 (de Brasília), por uma vaga na semifinal da chave masculina.
Além da ‘modesta’ posição no ranking, Eubanks, de 27 anos, não é badalado como o adversário das quartas de final. Também não tem o mesmo status do grego Stefanos Tsitsipas, a quem derrotou depois de 5 sets na quarta rodada, nem é favorito como Novak Djokovic (2º) e Carlos Alcaraz (número 1 do mundo). Ainda assim, o americano entra em quadra desfrutando de “um sonho" e com o objetivo de tornar o tênis um ambiente diverso.
“Eu estou vivendo um sonho agora. Isso é absolutamente insano”, disse Eubanks em sua entrevista em quadra após a vitória sobre Tsitsipas. Antes do duelo com o grego na grama sagrada, Christopher falou sobre a participação de negros em Wimbledon e nos maiores torneios do circuito e a importância da representatividade no tênis.
Acho que as coisas estão começando a seguir na direção certa, especialmente para pessoas negras no tênis. Quanto mais de nós estivermos por aí, mais poderemos inspirar nossas crianças a dizer: 'Ei, talvez eu deva dar uma chance ao tênis' - Christopher Eubanks, em entrevista em Wimbledon.
Eubanks também citou as irmãs Venus e Serena Williams a fim de exemplificar como a representatividade pode fazer a diferença na prática.
"Houve muitos pioneiros antes de mim que desempenharam um papel ainda maior e mais importante", disse o tenista. “Não há segredo quando você vê a quantidade de diversidade, especialmente no feminino, surgindo pós-Venus e Serena [Williams]. Não é segredo que tantas garotas sejam capazes de olhar para cima e ver que a atleta de maior sucesso de todos os tempos se parece com elas. Não é segredo que provavelmente houve mais diversidade no feminino”, acrescentou.
Eubanks virou comentarista na TV e quase se aposentou
Christopher Eubanks tem apenas um título na carreira e quase pendurou a raquete quando o circuito foi retomado depois da pandemia de covid.
Ele estava em baixa, próximo da posição 200 do ranking da ATP, e até começou a procurar alternativas na carreira. Em outubro do ano passado, por exemplo, lançou-se como comentarista de TV no Tennis Channel, dos Estados Unidos – veja acima.