O Corinthians chacoalhou o futebol brasileiro com a contratação do meia Memphis Depay na janela de transferências. Se ainda não é possível saber como será a passagem do craque no Timão, há pelo menos uma referência. Há mais de dez anos, o Botafogo também abalou o futebol brasileiro trazendo um craque holandês: Clarence Seedorf.
A lenda holandesa mudou o patamar do Fogão no futebol brasileiro, lutou contra lesões e saiu insatisfeito com a diretoria alvinegra.
Seedorf foi anunciado pelo Botafogo em junho de 2012. O craque holandês encerrou uma passagem de dez anos no Milan. Assim como Memphis, o jogador pegou um helicóptero até o Engenhão para ser apresentado.
Dentro de campo, o jogador mostrou toda a sua categoria. Ele fez oito gols em seis meses de campeonato brasileiro, o melhor desempenho dele em toda a carreira. Mesmo assim, o clube ficou apenas na nona colocação da competição.
A verdadeira mudança veio em 2013. Seedorf liderou o Botafogo ao título do Campeonato Carioca daquele, ano, eleito o melhor jogador do torneio. No Brasileiro, o Fogão chegou a liderar a competição no primeiro turno, mas acabou na quarta posição, se classificando para a Libertadores.
Infelizmente, o torcedor não teve a chance de ver o meia no torneio continental. Seedorf ficou insatisfeito com a saída do técnico Oswaldo Oliveira, que decidiu não renovar com o clube. O jogador então decidiu se aposentar e aceitar o convite de treinar o Milan, clube em que era ídolo.
O Botafogo não deveu nenhum salário para Seedorf, mas teve sérios problemas para equilibrar o caixa com os R$ 700 mil mensais que o holandês ganhava. Isso motivou um forte desmanche do elenco em 2014, culminando no segundo rebaixamento da história da equipe alvinegra.
Apesar dos salários em dia, o jogador chegou a acionar o Botafogo na Justiça em 2017. Ele entendia que o Botafogo era obrigado a quitar a dívida de quase R$ 4 milhões com a Receita italiana pelos salários recebidos no Brasil. O tribunal acabou dando ganho de causa para o Fogão.
Desde então, a relação de Seedorf com o clube é fria. O holandês raramente cita o Botafogo em entrevistas ou até mesmo eventos no Brasil.