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Porta-bandeiras do Brasil na Paralimpíada superaram dramas e já conquistaram ouros; conheça

Beth Gomes, do atletismo, e Gabriel Araújo, da natação, vão carregar a bandeira brasileira na abertura, nesta quarta (28)

Porta-bandeiras do Brasil na Paralimpíada superaram dramas e já conquistaram ouros; conheça
CPB/ Divulgação

A Paralimpíada de Paris vai começar nesta quarta-feira (28), com abertura às 15h (de Brasília). Assim como aconteceu na Olimpíada, o Brasil terá dois porta-bandeiras na cerimônia: Beth Gomes, do atletismo, e Gabriel Araújo, da natação, vão dividir o posto. Eles têm algo em comum: depois de superarem dramas pessoais, conquistaram medalhas de ouro na Paralimpíada passada, em Tóquio.

Fênix

Beth Gomes viveu sem deficiência até os 27 anos e até jogava vôlei. Mas em 1993 descobriu que tinha esclerose múltipla, doença que afeta o sistema neurológico e causa diversos sintomas. Quando começou a sentir os primeiros problemas, Beth sofreu com depressão e diz que tentou até o suicídio. Ligue 188, para o Centro de Valorização da Vida, em casos semelhantes.

Beth deu a volta por cima graças ao esporte paralímpico. Inicialmente ela jogou basquete em cadeiras de rodas. Depois passou a ter mais limitações e mudou para o atletismo, no lançamento de disco. Foi onde ela se destacou de verdade. E diz que ganhou um apelido.

Meu clube em Santos me deu o nome de Fênix porque a cada dia eu me reinvento. Por mais que a patologia queira me derrubar, ela nunca vai conseguir. Eu sempre vou estar me reconstruindo

Em Tóquio, Beth ganhou medalha de ouro na categoria F52 (cadeirante). Agora ela vai disputar na categoria F53 (sentada) e continua se destacando. É a atual recordista mundial e chega como favorita a mais um ouro.  

Ela conta que chorou ao receber a notícia de que seria a porta-bandeira do Brasil: "Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram".

Precoce e com muita confiança

Gabriel Araújo, também chamado de Gabrielzinho, já nasceu com focomelia, que impede a formação de braços e pernas. Mesmo assim ele foi para a natação muito cedo. Um professor o incentivou na infância, mesmo contra a vontade da família, inicialmente.

Gabriel se destacou rapidamente e chegou cedo para a primeira Olimpíada - tinha apenas 19 anos quando participou dos Jogos de Tóquio. E já conquistou três medalhas: ouro nos 200m livre e nos 50m costas, e prata nos 100m costas.

Gabrielzinho compete pela classe S2, para atletas com comprometimentos físicos-motores. E continuou se destacando nas competições do novo ciclo olímpico. Ele já prometeu conquistar três medalhas de ouro dessa vez. E se empolgou com a chance de ser porta-bandeira.

"Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos”.

Confira os porta-bandeiras do Brasil desde 1996:

Tóquio 2020

Abertura: Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha)
Encerramento: Daniel Dias (natação)

Rio 2016

Abertura: Shirlene Coelho (atletismo)
Encerramento: Ricardinho (futebol de cegos)

Londres 2012

Abertura: Daniel Dias (natação)
Encerramento: Alan Fonteles (atletismo)

Pequim 2008

Abertura: Antônio Tenório (judô)
Encerramento: Daniel Dias (natação)

Atenas 2004

Abertura: Aurélio Guedes (atletismo)
Encerramento: José Afonso Medeiros (atletismo)

Sydney 2000

Abertura: Luís Silva (natação) e Ádria Santos (atletismo)
Encerramento: Danilo Glasser (natação) e Roseane Ferreira (atletismo)

Atlanta 1996

Abertura: Anderson Lopes (atletismo)

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