A partir de 2016, o estado de São Paulo aderiu a torcida única como medida para combater a violência no futebol. No entanto, desde então, se questiona quando os paulistas voltaram a ter partidas com os visitantes em clássicos.
Em entrevista exclusiva à Band, o delegado Cesar Saad, do DRADE (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), explicou porque as forças de segurança do estado seguem com a decisão tomada em 2016.
“Atualmente o que leva as forças de segurança a decidir de que a torcida única ainda é válida é além da volta das famílias nos estádios. Quando você faz duas torcidas não é naquele formato que houve na Supercopa de metade para cada, hoje a carga do visitante é de 5%, 10% se os clubes que forem jogar fizerem um acordo entre eles, porém você precisa aumentar o efetivo policial, precisa fazer um trabalho de logística do transporte público para que você possa levar aquele torcedor visitante ao estádio e com a ida do torcedor visitante ao estádio, onde a gente sabe que grande parte seria ocupado por torcida organizada, aquela família que estava indo, deixa de ir por medo de encontrar aquele grupo na rua, na linha de trem ou ônibus”, disse.
O delegado afirma ainda que a diminuição da violência desde essa medida é perceptível e uma prova seria o retorno de torcedores ao estádios com as suas famílias, já que em todo o trajeto não corre o risco de encontrar torcedores de outros times.
“É perceptível a diminuição da violência porque o torcedor que sai de casa para ir em um clássico aqui em São Paulo, ele sai com a família e pode ir de carro com a camisa do time, ele pode usar o transporte público com segurança, porque lá só irão ter torcedores mandante, do time dele e ele vai com a mulher, com os filhos, leva a mãe e o pai… Então, ele pode utilizar o carro, transporte público, todas as vias que ligam ao estádio estarão com torcedores só daquele time”, explicou.
Apesar da diminuição na violência dentro do estádios e arredores, percebeu-se uma escalada em confrontos entre torcidas organizadas em rodovias. Segundo o delegado, existe um trabalho sendo feito com a Polícia Rodoviária Federal para combater essas situações.
“Polícia Rodoviária Federal tem feito esse trabalho em parceira com a gente aqui no estado de São Paulo. Qualquer caravana de torcidas que saem para outros estados e para outros países, como na Libertadores e Sul-Americana, é feito esse acompanhamento também pela Polícia Rodoviária. Para 2025, a gente vai intensificar ainda mais esse trabalho, parceria e monitoramento”, explicou.
Apesar do grande sucesso na Supercopa do Brasil, entre Palmeiras e São Paulo, em Belo Horizonte, o retorno das torcidas visitantes em clássicos paulistas ainda é distante. Na ocasião, foi feita uma operação para levar os torcedores do dois times para Minas Gerais e nenhum caso de violência foi registrado.