Esporte

Pelé se despediu do futebol com discurso sobre amor e beijo que virou arte

Rei do Futebol pendurou as chuteiras em amistoso entre New York Cosmos e Santos, com mais de 76 mil espectadores

Da Redação

Pelé se despediu dos gramados em amistoso entre New York Cosmos e Santos Reprodução
Reprodução

Mais de 76 mil pessoas compareceram ao Giants Stadium em 1º de outubro de 1977 para acompanhar a um amistoso entre New York Cosmos e Santos. O time de Nova York venceu por 2 a 1.

Aquele amistoso, porém, se transformaria em um marco para o futebol: foi o último jogo de Pelé. Na despedida, o Rei do Futebol atuou um tempo por cada equipe – os primeiros 45 minutos pelo Cosmos e os últimos 45 minutos pelo Santos.

O Santos abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo, graças a Reinaldo. Pelé, em cobrança de falta, empatou aos 42 minutos. No intervalo, Pelé deu lugar a Ramón Mifflin no time da casa e assumiu a vaga de Ailton Lira na equipe brasileira. No fim, coube a Mifflin (ex-Santos) fazer o gol da vitória do Cosmos aos 4 minutos.

Naquele dia, Pelé discursou para o público pedindo atenção às crianças do mundo – a exemplo do que fez em 1969, quando atingiu a marca de mil gols. E deu declarações a respeito do amor que se tornaram históricas.

“O amor é a coisa mais importante que podemos ter na vida. Todo o resto passa. Por favor, digam comigo três vezes: amor, amor, amor”, declarou, em inglês. O “love, love, love”, mais tarde, viraria música de Caetano Veloso.

A partida reuniu nomes conhecidos no gramado. Do lado do Cosmos, jogadores como Carlos Alberto, Franz Beckenbauer e Giorgio Chinaglia estiveram em ação. No Santos, o técnico Otto Glória contou com jogadores como Aìlton Lira e Juary, entre outros.

Mas outros nomes abrilhantaram aquela histórica partida do lado de fora do campo. Entre eles, Henry Kissinger, secretário de Estado norte-americano, e Muhammad Ali, pugilista. E mesmo em uma data que já era especial, o encontro entre Pelé e Ali se tornou ainda mais emblemático.

Ao fim do jogo, os dois se encontraram no gramado, se abraçaram e trocaram um beijo no rosto. Ali, o boxeador norte-americano reverenciou a si e ao brasileiro. “Nós somos os maiores do mundo”, cochichou.

O beijo de Pelé em Muhammad Ali se tornou tão famoso que virou obra de arte. Por diversas cidades do mundo, a imagem do “Pelé Beijoqueiro” se espalha por postes e paredes, distribuindo o afago a diversas personalidades – da Monalisa, de Leonardo da Vinci, a Diego Maradona, passando por Amy Winehous e pelo Batman interpretado por Adam West na década de 1960.

As ilustrações são do artista Luís Bueno, que presenteou o próprio Pelé no começo de dezembro com uma das imagens. A filha do Rei, Kely, compartilhou a informação nas redes sociais – e confessou ser fã do trabalho do artista.

“Eu viajo muito e, em quase toda cidade grande que eu vou, alguém me fala: ‘Ah, nós temos um Pelé Beijoqueiro’. Nova York, Berlim, Rio... Muitas! Amo arte, e amo saber que um artista brasileiro e tão talentoso está percorrendo o mundo com minha família”, escreveu.

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