Por um capricho do destino, o último ponto da vitória do Brasil sobre a Turquia, que valeu a medalha de bronze no vôlei feminino em Paris-2024 saiu das mãos de Thaísa - justamente a mais experiente do time, e que se despediu da seleção neste sábado (10).
Emocionada, a jogadora não segurou as lágrimas em entrevista à Globo logo após o triunfo. E confirmou o adeus.
“Acabou. Encerrou o ciclo”, declarou Thaísa.
“Foi uma vida na seleção de base e adulta. Só quem ta aqui sabe tudo que a gente passa, tudo que tem que superar e aguentar. Mas é muito amor”, completou a central, que ganhou em Paris sua terceira medalha olímpica, além dos dois ouros em Pequim-2008 e Londres-2012.
Thaísa lembrou de agradecer ao grupo e exaltar o que chamou de uma “gana diferente” na equipe atual.
“Eu agradeci às meninas por tudo que fizeram e se esforçaram por mim. Queria muito trazer o ouro, ajuda, mas esse bronze vai valer ouro. Esse grupo merece os louros, porque nunca vi um grupo tão dedicado. Minha geração queria, mas era diferente. Senti uma gana diferente”, declarou a central, que passou a integrar o grupo de brasileiras com três medalhas olímpicas, junto de Marta, do futebol, Mayra Aguiar, do judô, e Fofão, também do vôlei - a ginasta Rebeca Andrade tem seis.
“Mami”
Thaísa ainda destacou a forma como foi acolhida pelo grupo renovado e se tornou “mãe” das jogadoras mais jovens.
“Nunca pensaram que eu era de outra geração e estava entrando. Me acolheram como ‘mami’ delas e foi maravilhoso enquanto durou”, disse.
Após um hiato fora da Seleção, Thaísa, 37 anos, voltou a defender o Brasil. Com a conquista do bronze, aliviada, destacou o esforço para disputar mais uma Olimpíada.
“Escolhi estar aqui e tenho que dar meu jeito de performar. Medalha coroa essa trajetória que tive que passar aqui, mas não seria nada sem as meninas”, completou.