Skatistas esquecem rivalidades e espalham filosofia positiva em Paris

Atletas da modalidade se preocupam menos com derrotas e buscam apoiar colegas nos Jogos Olímpicos

Por Vinícius Batista

Skatistas esquecem rivalidades e espalham filosofia positiva em Paris
Pedro Barros comemora Augusto Akio
REUTERS/Mike Blake

Esporte é competição, mas também união. Principalmente se você andar de skate. Uma das sensações dos Jogos Olímpicos de Paris, os skatistas compartilharam a filosofia de união e positividade tão famosa na modalidade.  

Quem resume essa “filosofia é Augusto Akio, brasileiro medalhista de bronze no skate park.  

Eu acredito que a união faz a força. Acredito que coisas boas acontecem. Não tô falando que as coisas ruins não acontecem, mas eu acredito nas boas também

Exemplo desse carinho e companheirismo pôde ser visto logo após o “Japinha” conquistar a medalha. A primeira coisa que fez foi exaltar Pedro Barros, medalha de prata em Tóquio que perdeu a medalha para Akio por apenas 0.20 pontos.  

Uma pessoa que eu admiro muito, que eu tenho muito respeito, que eu amo de verdade. Eu sou muito grato por todas as coisas que ele fez não só por mim, mas pelo skate de modo geral

Carinho de via dupla, já Barros também elogiou o colega de skate logo após ter ficado fora do pódio.  

O Japinha é um grande irmão, um ser incrível, de muita luz. Eu sei que ele merece muito estar ali naquele lugar que ele tá agora, e o skate merece como um todo também

Luigi Cini, outro brasileiro que esteve na final do skate park, não foi tão bem, ficando na sétima colocação, mas nem isso fez ele perder a alegria pelos colegas.  

Estou realizado e muito feliz pelo Japa, pelo Pedro, mas especialmente pela medalha que Japa trouxe representando aí o skate brasileiro. Pô, é meu amigo, que tá quase todo dia comigo no meu dia a dia  

Esse companheirismo não é de se estranhar. A equipe brasileira treinou junta por diversos períodos do ciclo olímpico, postura que se mostrou correta no momento que o país emplacou três atletas na final da modalidade.  

Mas isso vai muito além de patriotismo ou carinho pelos colegas de treino. Como os skatistas estão sempre juntos nos circuitos mundiais, é comum ver rivais torcendo para os atletas acertarem as manobras e apoiando após eventuais quedas.  

Exemplo disso aconteceu com Rayssa Leal. A “Fadinha” consolou a australiana Chloe Covell, de 14 anos, que não conseguiu ir bem na decisão.  

É uma menina muito nova. Começou muito nova e já pegou pódio e 1º lugar. A gente sabe que se cobra um pouco demais

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