A cada edição dos Jogos Olímpicos, uma parte considerável do público se pergunta a respeito da ausência do futsal na disputa. E com a ascensão das redes sociais, o debate a respeito da falta da modalidade parece ganhar mais força.
Mas para explicar a ausência do futebol de salão, é preciso entender como um esporte vai parar em uma Olimpíada.
A princípio, a modalidade precisa cumprir três exigências. A primeira é a presença de uma entidade que organize e supervisione a realização de torneios ao redor do mundo, garantindo a lisura das disputas. E o futsal conta com duas: a Fifa, sediada em Zurique (Suíça), e a AMF (Associação Mundial de Futsal), com sede em Assunção (Paraguai) como uma sucessora da Fifusa (Federação Internacional de Futsal), criada no Rio de Janeiro em 1971.
A segunda é o veto a determinadas práticas, que iriam contra as atividades físicas. É por isso que esportes como automobilismo e pôquer não entram nos Programas Olímpicos.
O futsal não teria problema com os dois critérios, mas esbarra no terceiro: a tradição internacional da modalidade. Embora o futebol de salão seja disputado desde 1930, foi só a partir do fim da década de 1970 que ganhou projeção mundial. De certa forma, embora seja muito popular, ainda é visto como um esporte de nicho.
Bastidores
Ainda que as presenças da Fifa e da AMF sejam um fator favorável ao futsal junto ao COI, também representam um problema. Isso porque os torneios de COI e Fifa seriam prováveis “concorrentes” na modalidade.
Enquanto a disputa olímpica não teria interesse em fortalecer uma modalidade da Fifa, a federação máxima do futebol mundial evita o risco de enfraquecer a Copa do Mundo da modalidade, organizada por ela.
Assim, dos dois lados, a dúvida que paira é se haveria benefício real na inclusão do futsal no Programa Olímpico.
Perspectivas positivas
Mas o cenário está mudando favoravelmente para o futsal.
A modalidade já apareceu de maneira pontual em grandes competições poliesportivas, como os Jogos Pan-Americanos (2007, no Rio de Janeiro) e nos Jogos da Lusofonia (2006, em Macau, e 2009, em Lisboa). Nas ocasiões em questão, o Brasil foi sempre medalha de ouro.
Em 2018, foi a vez de entrar no programa dos Jogos Olímpicos da Juventude, disputados em Buenos Aires. Na ocasião, o Brasil ficou com a medalha de ouro masculina, enquanto Portugal faturou a feminina.