Entre shows de Lady Gaga e Céline Dion, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 desta sexta-feira (26) dividiu opiniões dos franceses pela aparição de uma Maria Antonieta decapitada.
A intérprete da rainha, conhecida pelo estilo de vida luxuoso e que foi morta pela Revolução Francesa, apareceu durante o seguimento “Liberté” (liberdade, em tradução), que lembrou o episódio histórico de maneira sangrenta.
A apresentação uniu ópera e um show da banda de heavy metal Gojira no museu Conciergerie, que foi sede do poder real francês do século X ao século XIV.
Com a cabeça nas mãos, Maria Antonieta entoou uma música que os militantes radicais sans-culottes cantavam à época.
“Ah! Vai ficar tudo bem, vai ficar bem. Os aristocratas serão enforcados”, diz a letra.
Nas redes sociais, os internautas dividiram opiniões. “Até que ponto alguém achou que seria uma boa ideia glorificar uma decapitação no contexto de hoje?”, disse um. “Dê a quem pensou nisso todas as medalhas olímpicas!”, comentou outro.
A representação polêmica deve render o maior interesse dos brasileiros pela rainha da França dos últimos 12 meses, de acordo com projeção do Google Trends. A ferramenta mede o volume de buscas realizados no site (veja o gráfico abaixo).
Revolução de 1830
Logo antes, a celebração exibiu uma dramatização do quadro “A liberdade guiando o povo”, de Eugène Delacroix, que retratou outra revolução do país: a de 1830.
No episódio, manifestações de caráter liberal levaram à abdicação do trono pelo rei Carlos X.
Quem foi Maria Antonieta
Nascida em 1755, Maria Antonieta foi arquiduquesa da Áustria, esposa do rei francês Luís XVI e a última rainha da França.
Teve uma infância despreocupada, bastante mimada e se casou por motivos políticos, para cimentar aliança com a França, inimiga de séculos da Áustria.
Deixou seu país em 1770, com um cortejo de 57 carruagens. Com Luís XVI, morou no Palácio de Versalhes e manteve o estilo de vida extremamente luxuoso.
Impopular, a rainha foi aprisionada por revolucionários, levada a julgamento e condenada à morte por alta traição. Ela e o marido morreram guilhotinados em 1793.