As condições das águas do rio Sena não foram problema para as atletas que disputaram nesta quinta-feira (8) a maratona aquática na Olimpíada de 2024, em Paris.
Alvo de um intenso programa de despoluição para receber as competições, o curso d’água é alvo de desconfianças e críticas. Mesmo assim, para quem nadou, o cenário não foi diferente do que se viu em outras competições.
“Foi tranquilo. Acho que a gente tem que acreditar na organização, não acho que eles iam brincar com a saúde de ninguém. São mais de 100 anos sem ninguém cair no Sena, mas acho que está tudo comprovado, (com) os testes que foram feitos antes – quando não podia se nadar, não podia, e quando pôde, pôde. A única coisa que a gente fica assim é que o triatlo foi adiado um dia, e isso causa uma certa instabilidade nos atletas”, afirmou Ana Marcela Cunha.
A nadadora baiana, no entanto, sabe que os reflexos da balneabilidade da água podem aparecer a curto prazo. “Estava tranquilo. Mas vamos ver no próximo dia”, brincou.
Para Viviane Jungblut, que terminou na 11ª colocação, a impressão foi semelhante. Após a prova, a gaúcha disse que nem pensou na qualidade da água enquanto esteve nadando – mas, a exemplo de Ana Marcela, aguarda possíveis sintomas nos próximos dias.
“Na hora da prova, vou te dizer que a gente nem pensa nisso, só pensa em nadar e fazer força. Depois a gente vai ver se teve alguma consequência ou não”, disse Viviane, que acredita que a qualidade da água não influenciou a prova. “O que realmente foi influenciando foi a correnteza. A gente não está acostumada a ter uma prova assim, foi o que fez bastante diferença”, disse.
Distante da briga pelo pódio, Viviane espera um novo ciclo olímpico para tentar buscar melhores resultados. Em Los Angeles-2028, ela terá 32 anos, mesma idade de Ana Marcela Cunha em Paris-2024.
“A gente sabe todo o esforço que é para estar aqui. Com certeza a gente queria mais. Mas estou muito grata por estar vivenciando este momento aqui. Depois de um resultado não tão satisfatório é quando a gente volta no outro dia para treinar mais. Acho que isso vai me servir de motivação para, daqui quatro anos, a gente estar cada vez mais perto da medalha”, projetou.