Brigando com o corpo, Mayra Aguiar tem futuro incerto após quinta Olimpíada

Com três bronzes no judô entre Pequim-2008 e Paris-2024, brasileira não sabe como será próximo ciclo olímpico

Por Vinícius Batista

Mayra Aguiar x Alice Bellandi ; judô ; Paris-2024
Miriam Jeske/COB

A participação em Paris-2024 pode encerrar a trajetória olímpica da judoca Mayra Aguiar.

Aos 32 anos, a gaúcha foi eliminada nesta quinta-feira (1º) logo na estreia da disputa da categoria até 78 kg. Antes, ela havia subido ao pódio em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, sempre com o bronze na mesma categoria.

A participação na capital da França é a quinta de Mayra em Jogos Olímpicos, desde que estreou em Pequim-2008 na categoria até 70 kg. No entanto, a brasileira admite que as condições físicas colocam em xeque a briga por uma vaga na Olimpíada de 2028, em Los Angeles.

“Eu venho brigando muito com meu corpo já, há bastante tempo. Com lesão, com dor, com tudo. Por mais que eu tenha apreendido a treinar com dor, a levantar todo dia e treinar, a gente paga o preço, não adianta. Mas está cada vez mais difícil”, afirmou a brasileira após a derrota para a italiana Alice Bellandi.

“Para mentir para minha cabeça que está tudo bem, eu prefiro fugir. Quanto mais eu falo, mais eu acredito naquilo ali, mas fica difícil eu mentir para mim mesma. Eu estava fugindo um pouco”, completou.

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Veja fotos e reações registradas em momentos de derrota na Olimpíada de Paris-2024
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Mijgona Samadova, do Tajiquistão, chora após perder luta contra Alyssa Mendoza, do EUA, no boxe femininoREUTERS / Maye-E Wong
Ryuju Nagayama, do Japão, desapontado após perder luta contra o espanhol Francisco Garrigos, no judôREUTERS / Kim Kyung-Hoon
Luka Mkheidze, da França, desapontado após perder luta contra Yeldos Smetov, do Cazaquistão, no judôREUTERS/Kim Kyung-Hoon
Ziad Elsissy, do Egito, chora após perder a luta pela medalha de bronze contra italiano Luigi Samele, na esgrimaREUTERS/Albert Gea
Uta Abe, do Japão, desesperada após perder para Diyora Keldiyorova, do Uzbequistão, no judôREUTERS/Kim Kyung-Hoon
Uta Abe, do Japão, desesperada após perder para Diyora Keldiyorova, do Uzbequistão, no judôREUTERS/Kim Kyung-Hoon
O boxeador alemão Magomed chora após perder luta contra Tiago Muxanga, de MoçambiqueREUTERS/Peter Cziborra
O judoca Willian Lima, do Brasil, desapontado após perder luta pelo ouro contra Hifumi Abe, do JapãoREUTERS/Kim Kyung-Hoon
Tenista Rafael Nadal, da Espanha, desapontado após perder partida contra Novak Djokovic, da SérviaREUTERS/Violeta Santos Moura
Luca Virag Szucs, da Hungria, reage após perder sua luta na, esgrima de sabre femininoREUTERS/Albert Gea
Judoca Marica Perisic, da Sérvia, chora após perder luta contra Haruka Funakubo, do JapãoREUTERS/Arlette Bashizi
O esgrimista Filippo Macchi, da Itália, desolado após perder luta pela medalha de ouro contra Ka Long Cheung, de Hong KongREUTERS/Maye-E Wong
A badmintonista Thuzar Thet Htar, de Mianmar, desolada após perder a partida contra Michelle Li, do CanadáREUTERS/Dylan Martinez
Tenista argentina Nadia Podoroska chateada após perder partida de dupla contra Coco Gauff e Taylor Fritz, dos Estados UnidosREUTERS/Violeta Santos Moura
Facundo Conte, da Argentina, desapontado após perder a partida contra o Japão no VôleiREUTERS/Annegret Hilse
Judoca Rafael Macedo, do Brasil, desolado após perder luta contra Maxime-Gael Ngayap Hambou, da FrançaREUTERS/Arlette Bashizi
Pugilista Saidel, de Cuba, sangra após perder luta contra Munarbek Seiitbek Uulu, do QuirguistãoREUTERS/Piroschka Van De Wouw
Amina Zidani, da França, desolada após perder luta no Wrestling para Nesthy Petecio, das FilipinasREUTERS/Peter Cziborra
Time da Alemanha desolado após perderem para Argentina pelas quartas de final femininas do HóqueiREUTERS/Anushree Fadnavis
Charlotte Lutz, do Tênis de Mesa da França, chora após perder partida das oitavas de final contra Jinnipa Sawettabut, da TailândiaREUTERS/Piroschka Vandewouw
Sanan Suleymanov, do Azerbaijão, chora após perder a partida contra Demeu Zhadrayev, do CazaquistãoREUTERS/Arlette Bashizi

Após a disputa da Olimpíada de 2024, Mayra primeiro vai voltar ao Brasil para descansar em família e pensar no futuro. Depois, pretende iniciar um ciclo com menos competições para tentar minimizar o desgaste do corpo.

“É voltar para casa e ver como fica meu corpo, o que eu posso fazer. A cabeça é forte, a cabeça eu treino todo dia. Com o corpo, tem coisa que a gente não consegue brigar, tem coisa que vai além”, explica.

“Vou ver como é que eu estou, como está o meu corpo. É difícil, é duro. Essa batida, o ciclo é muito duro. Não é só o dia da Olimpíada”, acrescentou.

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