O luto de Ketleyn Quadros em família antes de buscar medalha em Paris-2024

Bronze em Pequim-2008, judoca brasileira chega à Olimpíada após morte da avó, Marilda

Da redação

Ketleyn Quadros, judoca, e a avó, Marilda
Acervo pessoal

Quando subir ao tatame da Olimpíada de 2024, em Paris, Ketleyn Quadros terá que superar perdas importantes sofridas fora dele.

Aos 36 anos, a experiente judoca do Distrito Federal lutará na França com a lembrança da avó materna, Marilda Oliveira, que faleceu no começo do ano. Marilda tinha 95 anos e foi uma das familiares mais atuantes na criação da atleta.

“O ano começou bem tumultuado para mim. Faltava um mês para a minha avozinha materna completar 96 anos quando ela faleceu. Todo mundo que me conhece sabe a importância dos meus avós na minha vida. Um privilégio que eu tive por ter nascido quando meus pais eram novos foi compartilhar momentos com os meus avós por mais tempo. Felizmente ainda tenho os meus avós paternos”, afirmou.

“Minha avó começou a se sentir mal em novembro do ano passado. Chegou até a fazer uma cirurgia de marca-passo, que foi um sucesso. Em janeiro, quando cheguei a Mittersil, na Áustria, para uma fase de preparação, recebi essa infeliz notícia de que a minha avó tinha ido. Imediatamente tive todo o suporte da Confederação Brasileira de Judô, que agilizou tudo para eu voltar ao Brasil no dia seguinte pela manhã e conseguir estar junto com a minha família”, completou.

Para lidar com o luto, Ketleyn diz que procurou “sentir todas as emoções não evitar nada e seguir fazendo o que era necessário”. A judoca reconhece que não foi fácil retomar a rotina, mas precisou encarar a perda.

“Passar por esse turbilhão me ensinou a seguir em frente e fazer o que precisa ser feito diante das adversidades da vida. Voltar aos trilhos foi bem difícil”, afirmou a judoca, medalha de bronze na Olimpíada de 2008, em Pequim.

E quando Ketleyn começava a se reconstruir, veio mais um revés. Em fevereiro, pouco antes do Grand Slam de Paris, o cachorro da judoca, Thor, também morreu. Na ocasião, a brasileira estreou na segunda rodada da chave até 63 kg, mas perdeu logo na estreia para a eslovena Andreja Leski.

“Foi uma bomba atrás da outra, junto com a demanda das competições. Tive que lidar com essas informações e sensações. Foi extremamente desafiador. Mas fiquei muito feliz por saber que fiz a escolha certa, de continuar e viver esse sonho, que também era um sonho da minha avó. Hoje eu pego todo esse processo e o transformo em força e em garra”, descreveu.

Medalhista de bronze na Olimpíada de Pequim e porta-bandeira da delegação brasileira em Tóquio, Ketleyn Quadros vai para a sua terceira edição dos Jogos. Para chegar a Paris, a judoca, de 36 anos, teve que lutar bastante: dentro dos tatames, para vencer os adversários, e fora deles, para superar perdas importantes em sua vida pessoal. 

Com este retrospecto, Ketleyn volta aos tatames olímpicos nesta terça-feira (30) em busca de uma medalha na categoria até 63 kg. A primeira adversária será a espanhola Cristina Cabaña, em duelo por uma vaga nas oitavas de final.

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