Se você pensa em Paris, pensa em Torre Eiffel. Com mais de cem anos, o monumento é um dos mais conhecidos pontos turísticos do mundo e se tornou uma referência da capital francesa – que, em 2024, volta a receber os Jogos Olímpicos.
Desde a inauguração, a Torre Eiffel já recebeu mais de 200 milhões de visitantes, superando a marca de 7 milhões de turistas oficiais por ano desde 2003 – sem contar o público que apenas passa pelo local para tirar fotos e apreciar a vista.
Quem visita a torre aprecia os detalhes de um dos pontos mais conhecidos de Paris – como, por exemplo, os nomes gravados no primeiro patamar. Mas nem toda a história da atração pode ser vista logo de cara.
Duvida? Confira curiosidades da história da Torre Eiffel:
Nem deveria existir mais
A Torre Eiffel foi projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel para ser o grande destaque da Feira Mundial de 1889, que aconteceu em Paris para celebrar os 100 anos da Revolução Francesa. A ideia era que a torre fosse desmontada 20 anos após a exposição, já que era este o período pelo qual a cidade havia cedido o terreno.
No entanto, em 1898, a Torre Eiffel foi pivô de um grande momento das telecomunicações: a partir dali, Eugène Ducretet conseguiu estabelecer contato via rádio com o Panteon, a quatro quilômetros de distância. A torre ganhou uma estação permanente de transmissão de rádio e, no ano seguinte, Paris conseguiu transmissões que chegaram a Londres. Com a ampliação do alcance, Gustave Eiffel ganhou uma permissão prorrogada por mais 70 anos a partir de 1910. Logo, a torre se tornou popular entre os parisienses.
Pai dos monumentos
Antes da Torre Eiffel, Gustave Eiffel foi responsável por outro monumento mundialmente conhecido: a Estátua da Liberdade, em Nova York (EUA). A obra, projetada pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi e construída pela empresa de Eiffel, foi um presente francês para celebrar em 1876 os cem anos da independência norte-americana.
O braço que segura a tocha, primeira etapa da obra, foi exibido na Feira Mundial de 1876, na Filadélfia, e depois em Nova York. A escultura só foi levada adiante após uma grande campanha de financiamento popular; depois de ser construída na França, foi embarcada desmontada aos Estados Unidos.
Torre alternativa
Para escolher a peça central da Feira Mundial de 1889, a organização do evento realizou um concurso que foi vencido pelo projeto da torre de Gustave Eiffel. Mas o engenheiro teve um forte rival na disputa: Jules Bourdais, que apresentou o plano para uma torre de granito de mais de 360 metros batizada de Torre do Sol.
Bourdais conseguiu boa repercussão na imprensa, mas não emplacou garantias de que seria financeiramente viável levantar uma torre de granito. O primeiro ministro Charles de Freycinet apoiava os planos da Torre do Sol, mas a Torre Eiffel caiu nas graças de Edouard Lockroy, ministro do Comércio e principal responsável por organizar a Feira Mundial de 1889. Assim, Eiffel venceu a disputa prometendo celeridade e economia.
Protestos
A vitória do projeto de Gustave Eiffel deu início a uma série de protestos. O primeiro veio de arquitetos, que endossavam os planos de Jules Bourdais e não gostaram de ver a vitória de um engenheiro. Em 14 de fevereiro de 1887, pintou uma carta aberta publicada no jornal Les Temps pedindo a paralisação das obras. O documento foi assinado por nomes de destaque da cultura da época, que acreditavam que a torre arruinaria a beleza de Paris.
Gustave Eiffel respondeu em outra carta aberta. “Acredito, de minha parte, que a torre terá sua própria beleza”, afirmou o engenheiro. “Afirmo que as curvas dos quatro lados do monumento, conforme calculado (...), darão uma ótima impressão de força e beleza (...). Além disso, o colosso tem atração, tem seu próprio charme”, completou.
Apartamento secreto
O projeto inicial da Torre Eiffel incluía um apartamento plenamente habitável no topo da construção, logo abaixo do pináculo. O cômodo tem cerca de 100 metros quadrados e poderia ser acessado de escada ou de elevador. Lá dentro, o plano era contar com cozinha, dois banheiros e uma sala com sofá, poltronas, piano e mesas, sem um quarto.
A ideia era que Gustave Eiffel realizasse pesquisas científicas no imóvel. No entanto, segundo consta, o engenheiro que dá nome ao monumento jamais dormiu no apartamento. Atualmente, o local guarda instalações técnicas e pode ser visitado, mas apenas pelo público que faz o passeio oficial. Nada de morar ali.
Restaurantes na Torre Eiffel
A Torre Eiffel tem quatro andares de visitação: Esplanada (térreo), primeiro andar, segundo andar e topo. Cada um deles conta com lanchonetes e restaurantes para visitantes – a começar pelo champanhe bar no topo, bastante visado para encontros românticos e pedidos de casamento.
Mas há também uma brasserie (primeiro andar), um restaurante (segundo andar) e os buffets (térreo, primeiro e segundo andares), opções para todos os gostos e bolsos. Há também lojas de presentes oficiais no local, embora turistas sejam abordados a todo momento pelo comércio paralelo nos arredores.