Rayssa Leal, uma das principais chances de ouro para o Brasil na Olimpíada de 2024, sempre chamou atenção por ser precoce. Mas agora também pode ser vista como uma veterana em Paris. Tudo depende do ponto de vista. Ela só tem 16 anos, mas vai enfrentar rivais que são mais novas e mais inexperientes do que ela.

A japonesa Coco Yoshizawa, primeiro lugar no ranking mundial de skate street, tem apenas 14 anos. Liz Akama, também do Japão, está em 2º lugar no ranking e tem 15 anos. Outro destaque de 14 anos vem da Austrália, Chloe Covell, que está em 6º lugar no ranking e foi a atleta mais jovem a conseguir uma medalha de ouro no X Games.

Rayssa está em 3º lugar no ranking mundial e tem credenciais para ser favorita ao ouro: neste ano, por exemplo, ela venceu uma etapa do Circuito Mundial na China, com as mesmas regras da Olimpíada. Deixou Liz em 2ª e Coco em 3ª. No ano passado, Rayssa também foi ouro na etapa de Sharjah do Circuito Mundial e venceu a Street League, em São Paulo.

Além disso, Rayssa é uma "veterana" considerando a experiência em Olimpíada, pois conquistou a medalha de prata nos Jogos de Tóquio, em 2021. As rivais mais jovens não estavam lá.

Quem superou Rayssa naquela oportunidade foi a japonesa Momiji Nishiya, que está fora da Olimpíada dessa vez. Já Funa Nakayama foi medalha de bronze nos Jogos de Tóquio e se classificou para Paris, agora com 19 anos.

Torcer pra cair?

Durante a Olimpíada de 2020, viralizou um meme sobre as disputas no skate: brasileiros brincavam sobre torcer para que adolescentes japonesas caíssem.

Agora, com outras adolescentes japonesas na disputa (e uma australiana), o meme já foi relembrado nas redes sociais.

Mas Rayssa fez um pedido: "Torçam para a gente acertar. O negócio aqui é diferente. Torçam para a gente acertar, porque vai ser bem mais divertido. Espírito skatista é assim: uma torcendo pela outra, não tem nada de rivalidade dentro de pista".

Skate em prol da natureza

Rayssa Leal vai disputar a Olimpíada de 2024 com um skate personalizado que mostra duas araras-azul. A ideia partiu de uma parceria com o COI (Comitê Olímpico Internacional) para conscientizar as pessoas sobre a preservação da natureza.

Rayssa nasceu em Imperatriz, no Maranhão. O COI divulgou que a atleta "cresceu perto da Floresta Amazônica e testemunhou sua destruição em primeira mão".

Então Rayssa foi escolhida para receber todas ferramentas necessárias para que ela aprenda e ensine sobre a importância de proteger a natureza.

Ainda de acordo com o COI, Rayssa escolheu a espécie favorita dela para divulgar a campanha.