O decatleta Fernando Ferreira desabafou nesta segunda-feira (22) a respeito dos uniformes que recebeu para disputar a Olimpíada de 2024, em Paris.

Nas redes sociais, o atleta – conhecido pelo apelido de Balotelli – lamentou a pouca quantidade de materiais esportivos disponibilizada para a competição.

“Vocês não têm ideia do quanto foi broxante receber o material da seleção”, escreveu, publicando a foto de uma mochila com o material. “Sempre achei que, nas Olimpíadas, receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas. Mas parece que não é bem assim para nós”, registrou.

Segundo Ferreira, a participação no decatlo irá exigir sete modelos diferentes de sapatilhas, uma para cada prova. Ao longo da participação, ele afirmou que terá que comprar as sapatilhas com o próprio dinheiro.

Além disso, terá que cuidar por conta própria das poucas peças recebidas. “Irei passar mais de 20 horas na pista de atletismo, dois dias de competição dividido em quatro etapas, e recebi como material uma regata, um macaquito, um short balãozinho”, descreveu.  “Assim que acabarem as provas do primeiro dia, irei voltar para a vila e lavar logo meu material, ou competir com (o uniforme) sujo.”

Ferreira ainda compartilhou a imagem dos uniformes entregues a um atleta da Espanha, fornecido pela Joma. Na foto, é possível pelo menos três tênis, além de um par de chinelos, uma mala e várias peças de roupas. “Em outras seleções, é assim que funciona”, diz.

“Eu ainda nem fiz minhas malas para ir a Paris, e é claro que isso não diminui o tamanho do meu feito que é estar dentre os 24 melhores do mundo, mas isso é broxante pra c...”, encerrou.

Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), o kit compartilhado faz parte do uniforme de competição compartilhado pela fornecedora de material do Time Brasil. Quando chegar em Paris, terá uma mala cheia de uniformes e peças de roupas para serem usadas na vila olímpica e pódio. 

Em nota, a CBAt afirmou que a quantidade de peças oferecidas para as competições “é definida considerando as especificidades e as exigências de cada prova”. Além disso, a entidade reforçou que qualquer ajuste pode ser resolvido em contato com a CBAt. 

Confira a íntegra da nota da CBAt

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) esclarece que já está em contato e resolvendo as questões pontuais referentes aos uniformes para os Jogos Olímpicos de Paris. A CBAt e a PUMA querem os atletas focados em suas performances e, para isso, vêm dando todo o suporte necessário.

Com relação às peças, a quantidade é definida considerando as especificidades e as exigências de cada prova.

É importante destacar que o enxoval dos membros da delegação também é composto pelo material do Time Brasil, que será fornecido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) na chegada a Paris.

Eventuais ajustes no número de peças que compõem o enxoval de competição sempre são resolvidos em contato direto com a CBAt, lembrando que os atletas têm comunicação aberta com os representantes da CBAt.

O Atletismo Brasil tem grande orgulho por ter um dos contratos mais longevos de material esportivo do movimento olímpico, uma condição ainda rara dentre as confederações de modalidades esportivas do Brasil.

Fortalecendo o nosso compromisso com as seleções brasileiras a CBAt mantém o Programa de Seleção Permanente com benefícios a um grupo de 64 atletas e 24 treinadores e também o Programa de Preparação Olímpica com o COB, colocados em prática durante todo o ciclo para os Jogos de Paris, com experiência de treinamento e competições no cenário internacional.

Em 2023, a CBAt e a PUMA vestiram 419 atletas e 80 oficiais em 13 delegações, com destaque para o Mundial de Budapeste, na Hungria. Em 2024, 239 atletas já vestiram PUMA até o momento, com destaque para o Campeonato Ibero-Americano.

O atletismo será disputado de 1 a 11 de agosto no programa olímpico, na segunda semana de competições. A maioria dos atletas, que viajam nesta semana, farão uma parada em Desmor, Portugal, antes da ida para a Vila Olímpica.