Entenda por que Tati Weston-Webb escolheu representar o Brasil na Olimpíada

Surfista tinha 3 opções de nacionalidade e agora pode garantir uma medalha olímpica para o Brasil

Por Allan Brito

Entenda por que Tati Weston-Webb escolheu representar o Brasil na Olimpíada
Tatiana Weston-Webb avança para as quartas de final da Olimpíada de Paris
REUTERS/Carlos Barria

Quando o surfe entrou para as Olimpíadas, Tatiana Weston-Webb tinha a opção de representar 3 países: o Brasil, onde nasceu; os Estados Unidos, onde cresceu; e a Grã-Bretanha, onde nasceu o pai dela. Ela tinha uma relação próxima com o Havaí, estado americano, mas alguns fatores fizeram ela escolher o Brasil. E agora Tati faturou medalha para o país.

Tati é filha do britânico Douglas Weston-Webb, que se mudou cedo para os Estados Unidos e se apaixonou pelo surfe. Foi no mundo dos esportes que ele conheceu a gaúcha Tanira Guimarães, bodyboarder. Os dois tiveram a filha Tatiana, que nasceu no Rio Grande do Sul, mas se mudou para o Havaí quando ainda era bebê. Por isso, quando virou surfista, inicialmente representava o Havaí no circuito mundial. A bandeira do estado aparecia ao lado do nome dela, como acontece com outras atletas havaianas.

Mas Tati sempre manteve alguma relação com o Brasil. Costumava viajar até o Rio Grande do Sul, para visitar parentes. Falava em português com a mãe. Comia arroz com feijão. E quando ficou maior, passou a namorar justamente com um brasileiro, Jessé Mendes, surfista, que hoje é marido dela. Ela diz que até escuta música brasileira: Anitta, Ludmilla, sertanejo e pagode.

Quando o surfe passou a integrar a lista de Jogos Olímpicos, Tati precisou decidir: ia buscar vaga como brasileira, americana ou britânica? Ela admite que não foi fácil.

"Era uma decisão difícil no momento, só que daí eu comecei a pensar como meu coração sentia. Foi fácil depois disso. Eu me sentia muito mais brasileira do que havaiana, não sou havaiana. Nem sou dos Estados Unidos. Eu me sinto muito mais brasileira do que tudo. Eu escolhi representar nosso país e foi uma escolha incrível, mudou minha vida”, afirmou Tati ao site do COI recentemente.

A decisão criou alguma polêmica na época. Alguns entenderam que Tati só escolheu o Brasil porque era mais fácil conseguir vaga assim, ao invés de concorrer com americanas.

Mas aos poucos ela passou a conquistar os brasileiros, principalmente pelo sucesso nas competições, inclusive no Brasil. Ela costuma ser a melhor brasileira no circuito mundial. Já disputou a Olimpíada de Tóquio representando o Brasil e até conquistou uma medalha de ouro para o Brasil, nos Jogos Pan-Americanos de 2023. 

Agora Tati vai disputar a semifinal da Olimpíada contra Brisa Hennessy e, se avançar, enfrentará Caroline Marks ou Johanne Defay na final. Não vão faltar brasileiros torcendo por ela.