Olimpíada - Skate Park

Lenda do skate estreia em Jogos Olímpicos aos 51 anos: 'Experiência de uma vida'

Andrew MacDonald disputou o skate park em Paris-2024 e comemorou oportunidade impensável no início da carreira

Por Vinícius Batista

Lenda do skate estreia em Jogos Olímpicos aos 51 anos: 'Experiência de uma vida'
Andy MacDonald ; skate park ; Paris-2024
Pilar Olivares/Reuters

Antes de Sky Brown e Lola Tambling nascerem, em 2008 Andrew MacDonald já empilhava feitos no skate. Até então, eram oito medalhas de ouro em sete edições X-Games, além de outras quatro de prata e quatro de bronze. Virou até game: MTV Sports: Skateboarding Featuring Andy Macdonald, lançado em 2000 para DreamCast, PlayStation, Game Boy Color e PC. 

Dezesseis anos depois, os três formaram a delegação britânica que disputou o skate na Olimpíada de 2024, em Paris.

A presença olímpica é um marco para a carreira de Andrew MacDonald, de 51 anos. Em 2022, o skatista norte-americano optou por competir com a nacionalidade do pai para tentar uma vaga nos Jogos Olímpicos – uma realidade impensável quando ele começou no esporte, em 1986, já que a modalidade só se tornou olímpica a partir de Tóquio-2020.

Em Paris-2024, mesmo sendo o atleta mais velho da história olímpica da modalidade, MacDonald competiu com o pique de um novato. Saudado pelo público na classificação do skate park nesta quarta-feira (7), nem se importou em terminar com a 18ª colocação, recebendo nota 77,66 na melhor das três descidas. Apenas os oito melhores colocados avançaram à final.

“É um sentimento de empolgação, de alívio e, acima de tudo, de felicidade por fazer parte dos Jogos Olímpicos. Estar aqui é a experiência de uma vida. De quebra, eu fui bem, fiz as descidas que eu queria fazer. Eu não podia querer mais. Foi muito especial”, comemorou o veterano skatista em entrevista à BandNews FM.

“Sinceramente, eu não estava olhando para os placares. Eu não poderia me importar menos com os placares. Eu não vim para cá pensando que poderia ir para a final. Estou muito empolgado simplesmente por estar nos Jogos Olímpicos, e tudo a partir daí seria um bônus. Eu estava: ‘Espero fazer minha descida e, se eu conseguir, ótimo’. Eu não podia me importar menos com os placares ou a arbitragem”, garantiu.

Fonte da juventude

Diante de rivais que nem mesmo eram nascidos quando começou a competir, Andrew MacDonald cumpriu os principais objetivos que tinha para a Olimpíada: participou e se divertiu. Ciente das poucas chances de tinha de avançar, curtiu a ovação do público na Place de la Concord. E competiu sem pressão.

“Minha mulher e meu filho estão aqui, todo mundo lá em casa está assistindo na TV. É o palco mundial. Sinto que represento a velha guarda e o skate, mostrando o skate para as pessoas. Tirando as pessoas, os patrocinadores e o dinheiro, apenas andando de skate e nos divertindo”, disse MacDonald, que espera inspirar skatistas mais jovem para que possam aproveitar o esporte.

“Se eu puder inspirar mais uma criança a pegar um skate, ou um adulto a não abandonar o skate, então eu fiz meu trabalho. Isto é a fonte da juventude: encontre o que você ama e continue fazendo isso. Muita gente dirá que você é muito velho, ou muito isso, ou muito aquilo, (mas) o skate é inclusivo. Todo mundo pode pegar um skate e curtir. Fico feliz por ter encontrado isso para mim. Esta é minha fonte da juventude.”

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