O meia-atacante Luan, ex-Grêmio e Corinthians, foi apresentado como reforço do Vitória nesta segunda-feira (22). Ao lado do jogador e do presidente Fábio Mota estava Nina Sag, representante do site de acompanhantes Fatal Model. O clube fez questão de divulgar que a empresa ajudou na contratação. É mais uma ação de marketing, entre tantas outras, que o site tem feito. Esses patrocínios levantam a questão: de onde vem o dinheiro para tanto investimento da Fatal Model no futebol?
O que é a Fatal Model?
O site oferece o serviço de anúncios na internet. Mulheres, homens, travestis e transexuais pagam diferentes valores para divulgar serviços variados. Vale dizer que a profissão de acompanhante é legalizada no Brasil desde 2002.
No site existem pacotes de anúncios que variam de R$ 2,66 por dia até R$ 429,90 por mês. É um modelo de negócio parecido com o site OLX, por exemplo. Ou para os mais antigos: é semelhante ao serviço de classificados dos jornais.
Portanto a Fatal Model não ganha com os serviços das acompanhantes. E, mesmo assim, a empresa diz que tem uma receita alta: R$ 85 milhões em 2023, com expectativa de superar os R$ 100 milhões em 2024. Essa informação foi divulgada à revista Exame.
Quais são os resultados da Fatal Model no futebol?
A Fatal Model começou a investir no marketing esportivo recentemente e ganhou muito destaque em 2023, principalmente por causa do acordo com o Vitória. Inicialmente o patrocínio criou polêmica e piadas, mas logo a torcida abraçou a ideia. O time fez uma campanha impecável na Série B, com acesso e o primeiro título nacional, o que facilitou a aceitação.
De acordo com o presidente do Vitória, a Fatal Model participou da campanha de forma ativa. Além de pagar valor do patrocínio, ajudou também com premiações extra em dinheiro, conhecidas como “bicho”, para os jogadores. O clube ainda patrocinou o Campeonato Carioca e outros clubes das divisões de acesso.
Todo esse contexto gerou resultados positivos para a Fatal Model. Dados da ferramenta Sem Rush apontam que as visitas ao site subiram de 43,6 milhões para 62,2 milhões de visitas. E de acordo com a Fatal Model isso resultou em crescimento de 124% de faturamento em um ano.
Diante disso, o site tem planejado saltos maiores. Ofereceu R$ 200 milhões para mudar o nome do Vitória, mas os sócios-torcedores recusaram a ideia. Agora a negociação é para os naming rights do estádio do Vitória, que passaria a se chamar Fatal Model Barradão. O valor gira em torno de R$ 100 milhões.
Além da relação próxima com o Vitória, a Fatal Model também renovou o patrocínio com o Campeonato Carioca e chegou ao Campeonato Gaúcho. Também patrocina outros clubes, como Ponte Preta e Tombense.
Quem é o dono da Fatal Model?
A Fatal Model foi criada em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Jean Felipe Garcia Quadro é o único sócio. Ele, em sociedade com Marcelo Goebel Machado, também é cofundador da Atlas Tecnhologies, startup criada em 2016 e dedicada ao mercado de desenvolvimento de softwares.
Os dois não costumam aparecer em ações de marketing ou entrevistas. Nina Sag é a representante da empresa nas ações de marketing, uma espécie de “porta voz” dos donos.
Nina Sag: ex-professora, acompanhante e rosto da marca
A história de Nina Sag chama atenção: ela se graduou em Letras e já foi professora, mas virou acompanhante e usava a Fatal Model para anunciar serviços. Depois passou a ter um blog no site e começou a ganhar reputação nas redes sociais.
A Fatal Model resolveu contratá-la para trabalhar na empresa. E logo ela virou o “rosto” da empresa, pois aparece em vídeos de marketing e em eventos. É a responsável por explicar os objetivos da empresa no futebol. Ela costuma dizer que o esporte é o espaço ideal para “levar educação e discutir questões sérias sobre as acompanhantes”.
Atualmente Nina está com 36 anos, é comunicadora, apresenta podcast, tem anúncio de acompanhante na Fatal Model e também vende conteúdos sensuais na internet.