
A partir da temporada 2024/2025, a Fórmula E ganhará uma novidade aguarda há algum tempo na categoria: o pit boost, uma parada nos boxes para recarga da bateria do carro, a exemplo do pit stop que acontece em outras categorias.
A novidade deve custar a cada piloto cerca de 30 segundos em cada corrida, tornando os resultados mais imprevisíveis. A estreia acontecerá no E-Prix de Jedá, entre os dias 14 e 15 de fevereiro, a terceira etapa da temporada 11 da F-E.
Mas até que o reabastecimento fosse implantado, o processo foi longo. A possibilidade era discutida pelo menos desde 2022, e os testes finais aconteceram na virada de 2024 para 2025 – inclusive nas duas primeiras etapas do atual campeonato, em São Paulo e na Cidade do México.
“Tudo isso está chegando com um pouco de atraso. Nós temos falado do pit boost há pelo menos dois anos e meio. Chegamos ao momento certo agora. E por quê? Porque, junto com a FIA, fizemos rigorosos testes no ano passado, muito intensos nos últimos três eventos que tivemos – em Madri (pré-temporada), São Paulo e Cidade do México – e vimos que o sistema é confiável, que funciona”, explicou Alberto Longo, cofundador da Fórmula E, em entrevista coletiva.
“As fabricantes vêm testando isso há bastante tempo, não apenas nos três últimos eventos que testamos com os competidores. As fabricantes se envolveram com o desenvolvimento desde o começo da nona temporada (2022/2023), já são duas temporadas com isso. E também é importante sublinhar que o pit boots será obrigatório para todo mundo. Não é algo que será facultativo, não será algo que será que caberá às equipes. Será algo que, do ponto de vista esportivo, será imposto aos competidores”, reforçou Pablo Martino, diretor da FIA para a Fórmula E.
Modo ataque
Com a novidade, pilotos e equipes devem precisar fazer menos cálculos na hora de administrar a energia. Na teoria, isso afetaria também o modo ataque, uma das principais características da Fórmula E – ao passar por determinado trecho, o piloto libera potência extra uma vez por corrida para encaras os adversários.
Mas Alberto Longo garante que o modo ataque não vai desaparecer. “O modo ataque é um produto que funciona muito bem. Definitivamente, nossa intenção é ter um modo ataque muito mais rápido no futuro. Obviamente, estamos desenvolvendo hoje com a FIA o que vai ser o roteiro técnico do nosso campeonato para o futuro. E quando eu digo futuro, eu estou falando de 10 ou 15 anos – é tanto assim que estamos antevendo. E não, o modo ataque não corre risco”, prometeu o dirigente, que garante que o pit boost também nunca correu o risco de ser descartado.
“Honestamente, devo dizer que isso nunca esteve em dúvida. A FIA e nós estamos ambos comprometidos e certamente isso é bom para o esporte. Demorou mais do que o esperado. De novo, quando você tem uma tecnologia inovadora, isso obviamente acontece. Não estamos felizes com isso (atraso), não me entenda errado, mas definitivamente sempre fomos firmes com diferentes fornecedores, de maneira a conseguirmos esse sistema e fazê-lo funcionar de maneira confiável”, afirmou também.