Em nova equipe, Norma Dumont expõe traição, impasses no UFC e desabafa: "É muito frustrante"

Número 4 do ranking da categoria peso-galo feminino, que fez sua última luta em setembro de 2024, teme passar mais de um ano longe dos ringues

Por Gabrielle Pedro

O sonho de Norma Dumont, número 4 no ranking da categoria peso-galo feminino do UFC, de erguer o cinturão parece estar cada dia mais longe. Ao Band.com.br, a lutadora falou sobre os últimos reveses que enfrentou na vida pessoal e sobre a recente decisão de deixar sua antiga equipe de treinamento em Belo Horizonte (MG) e vir para São Paulo (SP).

No dia 17 de março, a atleta anunciou oficialmente em suas redes sociais que estava deixando o CT Rules e indo oficialmente para a equipe Chute Boxe Diego Lima.

"Passei 14 anos sendo treinada pelo meu ex-marido [Johnny Vieira]. Inclusive, ajudei a criar o CT Rules. Foi tudo muito bom, não tinhamos problema nenhum até ele pular a cerca. Aí não tem jeito. Não tenho nada contra ele, mas fica uma situação chata, então decidi sair", explica.

Segundo ela, a descoberta da traição aconteceu três semanas antes de sua última luta contra Irene Aldana, no dia 14 de setembro de 2024, no UFC 306. Mesmo diante da situação, Dumont preferiu manter o caso em segredo e subiu no octógono com o ex-marido no corner, equipe de apoio.

Norma era o único nome do UFC que fazia parte do centro de treinamento de Belo Horizonte. Com sua ida para São Paulo, agora se une a outros 11 nomes que fazem parte da lista de atletas do maior evento de MMA do mundo.

"Já tem dois meses que estou treinando na Chute Boxe. Vim para conhecer, fui bem recebida e decidi ficar. Claro que teve interferência do meu novo relacionamento com o Marco Túlio, o Matuto, que também está no UFC, mas vim por conta das oportunidades. São Paulo é o lugar da luta agora no Brasil, e aqui temos mais oportunidades de trabalho", analisa.

Embora hoje faça parte da mesma equipe do atual namorado, ela não acredita que isso possa ser um problema para sua carreira. "Fiquei receosa de vir porque realmente não sabemos o dia de amanhã, as coisas simplesmente acontecem. Também temos que lembrar que ainda é um universo bastante masculinizado, então, com ele aqui, me sinto mais respeitada também."

Possível disputa pelo cinturão

Atualmente, o cinturão da categoria peso-galo pertence à norte-americana Julianna Peña. Logo atrás, Raquel Pennington ocupa o primeiro lugar, seguida por Kayla Harrison, em segundo, Ketlen Vieira, em terceiro, Norma, em quarto, e Macy Chiasson fechando o top 5.

Mas, ao que parece, a brasileira não deve subir no octógono tão cedo. Isso porque Julianna declarou estar com problemas de saúde e recusou a luta com Kayla, que pretende esperar pela recuperação da rival. Raquel Pennington está lesionada e só deve voltar no final do ano. A compatriota Ketlen Vieira está estudando a possibilidade de casar uma luta com Macy, mas, por enquanto, não há nada acordado.

"É muito frustrante, não vou negar. Estou nisso há anos, me dedicando e trabalhando duro, mas as coisas simplesmente não acontecem. Tem quatro na minha frente, e nenhuma delas está disponível para lutar comigo? Não faz sentido. Já sugeri os nomes das quatro, nenhuma tem luta marcada, mas, quando peço, nada acontece. Só dizem que preciso esperar. Por isso, tenho pedido pelo cinturão interino, já que a Julianna não vai aparecer."

“Preciso trabalhar e preciso pegar o cinturão”, desabafa.

Enquanto o impasse entre as top 5 não se soluciona, a lutadora tem duas opções: aguardar que alguma das rivais citadas se mostre disponível ou buscar uma oponente de posição inferior na classificação.

Além dos treinamentos intensos que continua fazendo com sua nova equipe, também tem ajudado o namorado, recém-contratado pelo UFC, na preparação de sua próxima luta, marcada para abril.

"É uma forma de driblar a saudade daquele furor que a luta traz. Por mais que eu não participe diretamente e fique ali no corner, é muito gostoso sentir aquele clima", completou.

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