Marília Ruiz foi clara ao falar sobre a resposta de Abel Ferreira para a repórter Alinne Fanelli, da BandNews FM, em participação no Apito Final deste domingo (25).
Para a comentarista da Band, o técnico do Palmeiras foi machista e precisa reconhecer o erro para evoluir.
“A verdade é que, em 2024, o Abel usou uma pergunta qualquer para usar o seu método, de reclamar, mandar recado. Desta vez, transpareceu, saiu junto o machismo estrutural. Porque ele certamente pensa que só deve satisfação a três mulheres. Isso não saiu à toa. (...) Tem nome o que ele fez. Chama machismo. Não soa hostil, é hostil. Não é um mal-entendido, é machismo. Todo mundo foi criado numa sociedade machista, e ela está em desconstrução. Primeiro passo para você deixar de ser machista não é dizer que foi um mal-entendido, é entender que você foi machista”, disse Marília.
“Ele disse que a resposta soou hostil. Foi hostil. Ele já foi grosseiro com repórteres homens, mas eu jamais ouvi ele dizer que só respeita o pai, o irmão e o Anderson Barros. E é a terceira vez em duas semanas que ele lembra da mãe, da esposa e da chefe que ele não escolheu, né? Porque ela estava lá quando ele chegou. Pergunta não tem gênero. A pergunta que ela fez, que é absolutamente pertinente, deu para ele o gancho para desabafar sobre uma coisa que ele gostaria de desabafar desde quarta-feira”, prosseguiu.
“Ele usou o gancho da pergunta dela para falar sobre uma coisa que estava engasgado. Ele pode usar as redes sociais para postar o que quiser. Ele não pode numa pergunta que não tem gênero usar machismo estrutural para diminuir ninguém. Ele não ofendeu só a Alinne, que vai ficar marcada por esse episódio. Quando ele fala que só deve satisfação a três mulheres, ele está ofendendo todas as outras mulheres que estão ali trabalhando, fazendo perguntas e esperando a resposta dele."
Nota de Abel Ferreira
Após o jogo de ontem, ainda no ônibus que nos trouxe de volta a São Paulo, eu telefonei para a repórter Alinne Fanelli a fim de lhe dizer que não tive, de forma alguma, a intenção de lhe causar qualquer constrangimento.
Utilizei a pergunta da referida profissional para transmitir uma mensagem que já estava na minha cabeça, sem me dar conta de que, naquele contexto a declaração poderia gerar uma interpretação diferente e soar hostil.
Quando concedo uma entrevista coletiva, entendo que não estou respondendo diretamente à repórter, ou ao repórter, que me faz a pergunta, mas sim a todos os presentes na conferência e também aos nossos atletas e torcedores e a todos aqueles que acompanham por diferentes veículos de comunicação. Tanto é verdade que, nesta mesma resposta, eu utilizo o pronome “vocês”, no plural, em vez de ”você”.
Lembro que, também, na entrevista de ontem, expressei a minha admiração pela presidente Leila Pereira e o orgulho que sinto por ser liderado por uma mulher.
Reconheço, contudo, que fui infeliz em minha resposta e, por esse motivo, fiz questão de procurar a Alinne e me retratar e esclarecer o que considero ter sido um mal-entendido.