Morreu neste domingo, 08, o ex-atacante Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite. O ex-jogador e ex-presidente do Vasco lutava contra um câncer no intestino.
Maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro e maior artilheiro do Campeonato Carioca, Dinamite estava com 68 anos. Com passagens por Vasco da Gama, Campo Grande, Portuguesa e Barcelona. Roberto estreou pelo Vasco aos 17 anos, no Maracanã, em 1971.
Nascido em 13 de abril de 1964, Roberto conquistou um Brasileiro (1974) e cinco Cariocas (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992) com a camisa do Vasco. O atacante é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 190 gols.
Durante a década de 1970, Roberto se consolidou como maior nome do Vasco e fixou o “título” de Dinamite como sinônimo de artilharia.
Além do faro de gol dentro da área, Roberto ficou conhecido pela precisão nas cobranças de falta e de pênalti. E foi batendo um que garantiu o título carioca de 1977, sobre o Flamengo, em disputa de pênaltis.
Em 1980, foi comprado pelo Barcelona em negociação milionária - fabulosa para a época. Estreou marcando duas vezes e dando sinais de que era o início de uma grande jornada, mas uma troca de técnico fez com que a passagem pelo clube catalão durasse apenas três meses e três gols.
Volta triunfal, adeus com título e rival no Vasco
De volta ao Brasil, retornou ao Vasco - apesar da tentativa do Flamengo. A reestreia foi monumental: vitória de 5 a 2 sobre o Corinthians no Maracanã, com todos os cinco gols marcador por Dinamite.
Em 1992, encerrou a carreira com o título invicto do Campeonato Carioca, jogando ao lado de um jovem promissor chamado Edmundo.
Em 1993, se despediu dos campos em um jogo festivo contra o La Coruña, dia em que o Maracanã viu Zico e Junior, rivais e amigos, vestirem a camisa do Vasco. Histórico, um ponto final de uma época romântica do futebol.
Pela Seleção, Roberto jogou duas Copas do Mundo: em 1978, com destaque, e 1982, na reserva. Fez parte da geração marcada pelo futebol bonito com a camisa canarinha. Foi campeão do Bicentenário dos EUA, em 1976.
Presidente do Vasco
Em 2003, Roberto entra para a política do Vasco e passa a fazer oposição ao controverso Eurico Miranda, de estilo truculento e gestão polêmica. Vira o principal nome da disputa entre os cartolas mais antigos e a nova geração de dirigentes do futebol.
Em 2008, finalmente, após uma longa disputa jurídica, o grupo político de Dinamite consegue a anulação das eleições de 2006, vencida por Eurico. A nova eleição é marcada para o mesmo ano, e Roberto vence cercado de expectativas.
Herdando muitos problemas financeiros da gestão anterior, amarga o primeiro rebaixamento do Vasco no Brasileiro. Em 2009, promove uma gestão que tenta equilibrar saúde nas contas e competitividade no futebol, além da recuperação da imagem do clube. O time sobe sem sustos, campeão da Série B.
Com Roberto presidente, o Vasco voltou a conquistar um título de primeira divisão após oito anos, com a Copa do Brasil de 2011. No mesmo ano, foi vice-campeão brasileiro, com uma disputa ferrenha até a última rodada com o Corinthians. No ano seguinte, o time disputou com protagonismo o Brasileirão e a Libertadores.
A gestão Roberto, no entanto, se encerraria em crise financeira e mais um rebaixamento, em 2013.
Estátua em São Januário
Durante anos, a relação com a torcida - pelo menos com as gerações mais novas, que não viram Roberto jogar - ficou um tanto abalada. Com o tempo, as feridas fecharam, e Dinamite voltou a ser tratado como ídolo de fato em São Januário.
Em 2021, a consagração definitiva após o fim da carreira: Dinamite foi exaltado com a construção de uma estátua em São Januário, confirmando o status de grande ídolo do Vasco.
Roberto descobriu o tumor em 2021 e passou por tratamento de quimioterapia. Durante o ano, a torcida se dividiu entre a apoio ao time, na luta para voltar à Série A, e ao ídolo na luta contra o câncer. Dinamite foi internado neste sábado, 7, no hospital Unimed, no Rio de Janeiro, após a piora no seu estado de saúde, e não resisitu.