Nesta quinta-feira (26), a maior medalhista olímpica e mundial do judô brasileiro, Mayra Aguiar, anunciou o fim da carreira competitiva após representar a seleção brasileira em cinco ciclos olímpicos consecutivos, de Pequim 2008 a Paris 2024.
Nas redes sociais, a judoca compartilhou um vídeo com lembranças de sua trajetória e fez uma carta aberta para anunciar o fim da carreira esportiva em alto rendimento. “Fui até onde meu corpo permitiu e, mesmo quando ele não permitia mais, forcei ainda mais alguns anos, porque sou teimosa”, disse.
A atleta agradeceu aos treinadores e profissionais que trabalharam com ela, amigos, colegas de treino, familiares, marido e seus pais: “O judô moldou minha vida, meus valores, minhas amizades e minha visão de mundo. Serei eternamente grata por tudo o que vivi dentro e fora dos tatames. Agradeço imensamente aos meus pais por terem me apresentado ao esporte e por me darem todo o apoio e suporte necessários para esta jornada, que começou aos 6 anos”.
Ela também agradeceu suas oponentes: “Agradeço às minhas adversárias, que não me deixaram acomodar e tornaram o caminho muito mais desafiador e empolgante”. Assim como aos fãs: “E a você, que torceu, chorou, sorriu e vibrou em algum momento junto comigo nesta trajetória, meu Muito obrigada!”. Termino este texto com lágrimas nos olhos e feliz por elas escorrerem, porque me dão a certeza de que vou levar para sempre estes momentos e estas pessoas com muito amor no coração”, completou a atleta.
Conforme a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), a trajetória de Mayra Aguiar nos tatames foi marcada também pela precocidade. Estreou na seleção júnior (Sub-20) aos 14 anos e, aos 16, teve sua primeira grande conquista na equipe adulta ao sagrar-se vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007. Um ano mais tarde, estreou em Jogos Olímpicos, em Pequim, com apenas 17 anos, ainda no peso médio (70kg).
No ano seguinte, fez a subida para o meio-pesado (78kg) e passou a acumular conquistas, se mantendo entre as melhores do mundo por 15 anos. Foi a número um do mundo do ranking IJF ao final de duas temporadas (2013 e 2022).
É ainda a única brasileira campeã dos tradicionais Grand Slam de Paris (2012 e 2016) e de Tóquio (2023), sua última conquista no Circuito Mundial IJF.
A CBJ agradeceu a atleta: “Reconhecemos o esforço, a entrega, a disciplina, o comprometimento e todas as alegrias que Mayra Aguiar deu aos fãs do judô do mundo inteiro ao longo de todos esses anos honrando o judogi da seleção brasileira. Mayra Aguiar será para sempre sinônimo de excelência”, disse a confederação.