Marina Rodriguez iniciou a sua carreira no MMA de maneira tardia, mas isso não atrapalhou a gaúcha de 37 anos, que disputou a sua primeira luta profissional quando tinha 28. Há seis anos no UFC, contratada do Dana White's Contender Series, a lutadora brasileira soma grandes desempenhos dentro da organização e vitórias sobre atletas expressivas, como Amanda Ribas, Mackenzie Dern e Xiaonan Yan no peso-palha. Mas ainda falta uma vitória para coroar a sua trajetória no Ultimate: o cinturão.
Em entrevista exclusiva ao Esporte na Band, Marina valorizou o que fez no UFC até aqui, mas destacou que o título na organização é a cereja do bolo em sua carreira.
Com toda certeza (só falta o cinturão). A nota que eu dou (para a minha carreira) é dez. A gente começou com um feijão com arroz, o básico do básico, para chegar ao UFC, com a vontade de querer ser a melhor. Isso me levou a lugares praticamente inimagináveis. Vencer atletas que tinham estruturas extremamente melhores. Tudo que eu fiz eu fiz da melhor maneira possível - Marina Rodriguez
A brasileira de 37 anos chegou muito perto de disputar o cinturão de sua categoria em duas oportunidades, mas acabou sendo derrotada por Carla Esparza e Amanda Lemos ao longo das jornadas rumo ao título. Marina lamentou as derrotas em tais momentos decisivos, mas reforçou que não vai abaixar a cabeça em busca de seu objetivo final no UFC.
O pensamento que eu tive foi de saber que eu era capaz. Eu já fiz muita coisa dentro do octógono e isso me dá um pensamento de certeza de que eu sou capaz de chegar ao cinturão. Fiquei chateada por conta das coisas que não deram certo, mas a vida é assim. Às vezes o ‘não’ te faz evoluir. Eu tenho que me apegar nisso.
Marina Rodriguez enfrentará a compatriota Iasmin Lucindo, 14º colocada no ranking do peso-palha, no UFC 307, neste sábado (5), em Salt Lake City, nos Estados Unidos. Na sexta colocação da categoria, a gaúcha reforça a qualidade de sua divisão e revelou qual será o seu próximo passo dentro da organização.
“A categoria está uma bagunça. Muita gente já se enfrentou, e aí fica bem complicado para fazer os casamentos das lutas. As atletas mais bem ranqueadas estão sendo jogadas contra adversárias menos bem ranqueadas para ver se a categoria gira. A gente que está no top-5, top-6, não pode deixar isso acontecer”, afirmou.
Quando eu tive quatro vitórias seguidas, eu pedi a Tatiana Suarez, mas não me deram. Ela é uma das atletas mais bem reconhecidas dentro da organização. Ela seria a adversária ideal para, depois, eu pedir o título. Eu preciso lutar com as melhores. Vencendo no sábado, eu fico mais próxima de pedir uma atleta bem mais ranqueada.
Marina Rodriguez também falou sobre possibilidade de aposentadoria do UFC. A gaúcha destaca que sua carreira tem sido exaustiva, mas isso não a impede de terminar os seus objetivos dentro do Ultimate.
“A vida de uma atleta de alto rendimento é de extrema privação, mas eu faço isso com tanta vontade que não me deixa chateada por não aproveitar outros prazeres da vida. Eu ainda tenho muita lenha pra queimar. O cinturão é realmente onde está o dinheiro. Tudo que eu ganho é usado para ser investido no trabalho, na próxima luta. Eu (ainda) não consegui usufruir do que eu mereço”, finalizou.