
O E-Prix de Jedá marca uma estreia bastante aguardada na Fórmula E: o pit boost, um sistema que permitirá a recarga das baterias durante as corridas.
Sonho antigo da categoria, a tecnologia vinha sendo desenvolvida pelo menos desde 2022. O resultado vai ser visto pela primeira pelo público neste final de semana, no Circuito de Jedá, palco da terceira etapa da temporada 2024/2025 da competição elétrica – e é cercado de muita expectativa.
“Ao lado da tração integral (4x4) do novo carro que estreamos no E-Prix de São Paulo em dezembro passado, esse pit stop é uma novidade que tem potencial para revolucionar a maneira como são disputadas as corridas”, acredita Lucas di Grassi, titular da equipe Lola Yamaha Abt.
A etapa de Jedá será a primeira rodada dupla entre as dez etapas da temporada – cenário semelhante ao que será visto em Mônaco, Tóquio, Xangai, Berlim e Londres. Para testar, a novidade será utilizada apenas na corrida desta sexta-feira (14), deixando a prova do sábado (15) para o formato tradicional.
“A corrida do sábado vai ser no esquema tradicional, que todos já conhecem e é muito emocionante, com várias ultrapassagens e brigas constantes. Nesta prova, vamos brigar por uma boa colocação no grid e depois vamos para cima em busca de pontos”, afirma o piloto brasileiro, que terá uma punição a cumprir na Arábia Saudita.
“Nessa prova, eu terei que largar de trás porque nossa equipe teve que trocar o motor do meu carro na etapa anterior, no México. De qualquer forma, os pit stops vão mexer com a disputa de uma forma ainda imprevisível e, no meio disso tudo, mesmo largando de trás, podemos tentar uma estratégia diferente para conquistar alguns pontos importantes”, completou.
Como funciona o pit boost
O pit boost foi desenvolvido em parceria pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), pela Fortescue Future Industries (antiga Williams Advanced Engineering, braço tecnológico da equipe de Fórmula 1) e pela própria Fórmula E.
A ideia é que cada carro passe pelos boxes uma vez por corrida para a recarga obrigatória, o que ofereceria uma variável a mais nas provas. Além disso, a tecnologia poderá no futuro ser adaptada aos carros elétricos de rua, o que facilitaria o abastecimento para veículos em geral.
“A duração mínima total da parada é de 34s, mas a recarga acontece em 30s. Nesse curto período vamos adicionar 10% de potência extra à bateria, elevando a energia disponível ao equivalente a 1.000cv. Essa recarga vai mudar drasticamente o panorama das corridas: a estratégia, quanta energia pode-se consumir nas próximas voltas, como o piloto controlará a bateria e muitos outros parâmetros que pilotos e equipes têm que controlar durante uma corrida”, explicou Di Grassi.