Após Nobre, conselheiros do Palmeiras também reagem à coletiva de Leila Pereira

Membros do grupo, chamados de “destruidores” publicaram carta para responder a presidente do Verdão e prometem: “não nos curvaremos”

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Leila Pereira no avião que comprou: conselheiros apontam conflito de interesses
Divulgação / Palmeiras

Depois do ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre publicar carta aberta respondendo a atual mandatária do clube, Leila Pereira, foi a vez dos conselheiros do Verdão se pronunciarem contra a dirigente e empresária. Em carta divulgada nesta sexta-feira (13), obtida pelo repórter Gustavo Soler, da Rádio Bandeirantes, o grupo de 26 palmeirenses questionam a presidente e denunciam ato de intimidação por parte da dirigente.

A cizânia se instalou depois que os conselheiros questionaram Leila sobre um possível conflito de interesses pela condição de presidente e proprietária da Crefisa e da FAM, patrocinadoras do Palmeiras, além do uso do avião adquirido pela empresária. O grupo afirma que a dirigente reagiu “de maneira intimidatória, nos segregando dos demais membros do conselho deliberativo, tangenciando as questões”.

A “segregação” em questão tem a ver com a reação de Leila, que tirou dos autores do questionamento o direito a ingressos.  

Os signatários da carta ainda citam que, questionada sobre o tema na coletiva, Leila chamou os conselheiros de “destruidores”.

“Esse episódio, assim como os anteriores, demonstram uma dificuldade no entendimento das atribuições estatutárias por parte de quem exerce a presidência, que administra, por tempo determinado, uma sociedade que não lhe pertence. Devendo, portanto, acrescentar em seu vocabulário termos como: contraditório, respeito e transparência”, cobram os conselheiros.

“Reafirmamos o compromisso com aqueles que confiaram a nós o mandato de conselheiros e, representaremos também a todos que amam a Sociedade Esportiva Palmeiras. Por fim, não nos curvaremos aos caprichos, vontades, ameaças e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas”, encerra a carta.

Nobre e torcida também responderam

A carta do grupo de conselheiros é a terceira manifestação pública de personalidades palmeirenses após a polêmica coletiva de Leila, na última quarta-feira (11).

Na entrevista, a presidente criticou duramente os torcedores organizados, chamando as uniformizadas de “câncer”. A resposta vem uma live na internet.

Paulo Nobre respondei Leila Pereira; assista:

Na última quinta (12), foi a vez do ex-presidente Paulo Nobre publicar uma carta aberta em que o ex-dirigente ironiza Leila, denuncia o mesmo conflito de interesses apontado pelos conselheiros, diz que a empresária se sente dona do clube e chega a colocar em dúvida o sentimento palmeirense da dirigente.

Nobre afirma, por exemplo, sentir “vergonha alheia” de algumas aparições da presidente, que, segundo o ex-mandatário, simula alegria com as vitórias do Palmeiras.

Leia a carta dos conselheiros a Leila Pereira na íntegra e seus signatários:

São Paulo, 13 de outubro de 2.023.

Aos Associados, Sócios Torcedores e Torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras,

Nós, os 26 CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, “retaliados”, tolhidos de exercer com autonomia o mandato para representar o associado, defendendo os interesses da instituição, vimos, por meio desta, nos manifestar:

O simples ato de questionar é um direito inalienável do cidadão. Quando este exerce mandato outorgado por uma coletividade, esse direito se transforma em dever.

No cumprimento desse direito/dever, nós, CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, fizemos indagações à PRESIDÊNCIA EXECUTIVA sobre os contratos de patrocínio da Crefisa/FAM e o transporte aéreo da Placar Linhas Aéreas, haja vista, fato excepcional e relevante, onde a presidente da INSTITUIÇÃO figura como representante da contratante e sócia-proprietária das contratadas.

Ainda que os questionamentos tenham sido colocados de maneira respeitosa, a presidente nos respondeu de maneira INTIMIDATÓRIA, nos SEGREGANDO dos demais membros do CONSELHO DELIBERATIVO, tangenciando as questões.

Essa mesma intimidação se escalonou com a entrevista coletiva convocada pela própria mandataria, na qual deveria esclarecer o funcionamento da relação contratual entre as empresas nas quais possui participação societária e a Sociedade Esportiva que preside.

Quando perguntada sobre o tema, se apressou em responder que não havia qualquer conflito de interesses e, de maneira grosseira, chamou os Conselheiros que ousaram questioná-la de “DESTRUIDORES”.

Esse episódio, assim como os anteriores, demonstram uma dificuldade no entendimento das atribuições estatutárias por parte de quem exerce a presidência, que administra, por tempo determinado, uma SOCIEDADE que não lhe pertence. Devendo, portanto, acrescentar em seu vocabulário termos como: CONTRADITÓRIO, RESPEITO e TRANSPARÊNCIA.

Reafirmamos o compromisso com aqueles que confiaram a nós o mandato de CONSELHEIROS e, representaremos também a todos que amam a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Por fim, não nos curvaremos aos caprichos, vontades, ameaças e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas. Contem conosco!

Adriano Tadeu Lívani Reale

Emerson da Rosa

Felipe Giocondo Cristovão

Francisco Vituzzo Neto

Genaro Marino Neto

Gerson Clemente Guarino

Guilherme Gomes Pereira

Guilherme Romero

Joao Carlos Minello

José Antonio Aparecido Junior

José Carlos Tomaselli

José Corsini Filho

Juan Manuel Berrospi Carreno

Luis Henrique Monteiro Fronterofa

Luciana Santilli

Luiz Fernando Marrey Moncau

Luiz Roberto Cassab Mousinho

Marcos Antonio Gama

Mauricio Pegoraro

Mauricio Vituzzo

Pedro José Vilar Godoy Horta

Ricardo Alberto Galassi

Ricardo Spinelli Poppi

Valdomiro Otero Sordili Filho

Victor Fruges

Vinicius Feres Zucca

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