A judouca Larissa Pimenta deixou a Olimpíada de 2024, em Paris, com duas medalhas de bronze – na categoria até 52 kg e na disputa por equipes.
O cenário foi bem diferente do vivido pela atleta na Olimpíada de 2020, em Tóquio. Na ocasião, caiu nas oitavas de final da categoria até 52 kg e perdeu as duas lutas que fez na disputa por equipes. Na época, Larissa precisou recalcular a rota.
“A gente fala que é uma ressaca olímpica, né? Mexe muito com o seu emocional, você tenta se controlar até o dia de você lutar, você tem que se policiar muito. Aí, quando a Olimpíada passa, você relaxa. E eu tive esse baque com a minha saúde, com meu físico, com tudo. Eu retornei e perdi a primeira seletiva olímpica para Paris. Foi uma competição que me marcou muito, mas hoje eu entendo o porquê, e me mudou muito”, afirmou Larissa em entrevista ao Band Esporte Clube deste sábado (17).
“Comecei a me questionar. Eu não sabia mais quem eu era, o que eu gostava de fazer, o que eu estava fazendo, por quem eu estava fazendo. Tudo isso. Se valia realmente a pena viver isso. E aí foi quando eu entendi que acabou de eu fazer pelas pessoas. Chegou o momento de eu começar a fazer por mim, lutar por mim”, completou.
Mas o choque pós-Tóquio recolocou Larissa no caminho das conquistas. Ao longo do ciclo olímpico, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2023, além do tetracampeonato pan-americano entre 2021 e 2024.
E foi só durante este período que conseguiu se reconhecer. “Eu não reconhecia isso, porque eu vivia sempre competindo, competindo, competindo. Só vivia e não sentia”, disse. “Esse período difícil foi o que me fez parar e começar a entender, e sentir, e saber quem eu realmente era.”
