Joseph Blatter e Michel Platini são inocentados pela segunda vez em casos de corrupção

Caso envolve o pagamento do equivalente a R$ 10 milhões do ex-presidente da FIFA ao ex-mandatário da UEFA por uma "consultoria"; os dois foram banidos do futebol

Por Estadão Conteúdo

Joseph Blatter e Michel Platini são inocentados pela segunda vez em casos de corrupção
Os ex-presidentes da FIFA, Joseph Blatter, e da UEFA, Michel Platini
Stefan Wermuth/Reuters

O ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter, e o ex-mandatário da UEFA, o francês Michel Platini, foram absolvidos pela segunda vez das acusações de fraude, falsificação, má administração e apropriação indébita de mais de US$ 2,2 milhões de dólares (cerca de R$ 12,8 milhões).

A dupla já havia sido julgada e inocentada em 2022. No entanto, a batalha jurídica teve desdobramentos. O gabinete do procurador da Suíça recorreu e um novo julgamento aconteceu.

Agora com 89 anos, Blatter demonstrou reação tímida ao ouvir o veredicto de três juízes. Sentado na fileira em frente ao ex-craque francês, ele sorriu e compartilhou um longo abraço com sua filha, Corinne.

"Você viu que minha filha estava vindo com lágrimas porque ela acreditava em (seu) pai e eu acreditava em mim mesmo", disse Blatter. "Esperar tanto tempo afeta a pessoa. E minha família foi muito afetada", completou.

Platini sentou-se com os braços cruzados e, após o veredicto do tribunal também se manifestou sobre o desfecho do caso. "Essa perseguição da FIFA e de alguns promotores federais suíços por dez anos agora acabou, agora acabou totalmente", disse Platini saindo do tribunal. "Estou muito feliz."

O gabinete do procurador-geral na Suíça contestou uma primeira absolvição em julho de 2022 e pediu sentenças de 20 meses, suspensas por dois anos. A acusação alegou que o pagamento "prejudicou os ativos da FIFA e enriqueceu Platini ilegalmente".

"Michel Platini deve finalmente ser deixado em paz em questões criminais", disse seu advogado Dominic Nellen em um comunicado. "Após duas absolvições, até mesmo o Gabinete do Procurador-Geral da Suíça deve perceber que esses procedimentos criminais falharam definitivamente".

Um novo recurso à Suprema Corte Suíça pode ser apresentado pelo gabinete do promotor, que disse em um comunicado que "decidirá sobre como prosseguir" sobre a questão.

Caso de uma década

Em 2011, quando ocupavam esses cargos diretivos à frente da FIFA e da UEFA, Blatter fez um pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 10 milhões) a Platini sob a justificativa de "consultoria". O escândalo estourou em 2015, o fato gerou uma investigação e o Ministério Público da Suíça argumentou que a transação não teria uma base legal. Os dois foram suspensos do futebol pela Fifa por violações éticas.

Em 2022, o tribunal de Bellinzona descaracterizou a acusação e absolveu tanto Blatter quanto Platini. O caso trouxe consequências: Blatter renunciou à presidência da entidade e depois foi banido pelo seu Comitê de Ética. Também excluído do futebol, o ex-meia francês teve a sua pena reduzida – terminou em 2022.

Tópicos relacionados

Mais notícias