“Você é burro?” A pergunta, em 27 de janeiro de 2024, marcou negativamente a trajetória de Yuri Alberto no Corinthians.
Na ocasião, o atacante foi alvo da impaciência do técnico Mano Menezes na derrota para o São Bernardo por 1 a 0 pelo Campeonato Paulista, depois de cometer uma falta no segundo tempo. Pouco tempo depois, o camisa 9 foi substituído, dando lugar ao jovem Arthur Sousa.
Mano foi demitido poucos dias depois, no começo de fevereiro, em meio à má fase do Corinthians. O time acabou eliminado na fase de grupos do Paulista. António Oliveira e, mais tarde, Ramón Díaz assumiram o comando da equipe.
Yuri Alberto ficou e correspondeu, terminando 2024 como um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro. Mas não esqueceu a mágoa daquele momento contra o São Bernardo.
“Acho que, sem dúvidas, o momento mais difícil da minha temporada foi aquele jogo contra o São Bernardo, em que rolou a parada com o Mano Menezes”, afirmou o jogador em entrevista a Renata Fan no Jogo Aberto.
Yuri Alberto afirma que nunca mais conversou com Mano Menezes depois que o técnico saiu do Corinthians.
“Depois do jogo, ele meio que tentou (argumentar), ‘não foi isso’ e tal. Tudo bem, eu não sou surdo, mas... Segue. Está perdoado também, acho que foi um momento de cabeça quente. Fiquei muito chateado”, disse. “Quando eu escutava a palavra ‘burro’, estava em algum lugar, alguma resenha, mesmo não sendo direcionada para mim, eu já ficava muito chateado, só de escutar aquela palavra. Foi difícil, foi difícil. O estádio inteiro escutou, meu pai estava no jogo. Foi difícil, foi muito difícil esse momento.”
Frente à pressão, Yuri Alberto enfrentou também a cobrança nas redes sociais, onde opiniões negativas ganharam força na época. “Tem gente com muita influência e quem escuta compra essa ideia. A pessoa fica o dia inteiro fora de casa, só tem 15 ou 20 minutos para o almoço. Vai lá e liga no programa. É aquilo que vai (ficar), influencia muita gente”, analisou.
Se a relação com Mano Menezes terminou em maus termos, a convivência com Ramón Díaz é das melhores. Segundo o jogador, o treinador tem “uma influência muito grande” no bom momento vivido no segundo semestre. E Yuri não se esquece de incluir aí o trabalho de Emiliano Díaz, filho e auxiliar de Ramón.
“Diariamente eles me dão uma confiança, uma força. Acho que, na última entrevista, ficou muito claro: ele quer que eu seja artilheiro mais do que eu mesmo”, conta.
“Eles têm depositado uma confiança muito grande em mim, não só nos jogos, mas nos treinos também. Após o jogo do Criciúma ali (vitória por 4 a 2), eu tinha feito dois gols, e o homem chegou em mim: ‘Ei, papá’, deu dois tapões no peito, ‘era para ter feito três’. No jogo do Vasco, que eu não pude participar, ele queria muito que eu jogasse, mas eu estava com uma limitação ali, e ele sabia que era um jogo muito bom para mim. Como o resultado foi um pouco largo ali (vitória por 3 a 1), ele sabia que seria positivo para mim, ainda mais brigando pela artilharia. É uma dupla pela qual eu tenho carinho enorme. Eu estou muito feliz que eles vão ficar, estou muito feliz.”