O pentacampeão Ronaldo disse em entrevista ao Charla Podcast nesta sexta-feira (21) que compraria o Corinthians caso o clube adotasse o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
“No dia que o Corinthians decidir fazer a SAF, eu sou comprador”, disse o atacante que passou pelo Timão nos seus últimos três anos de carreira.
Porém a ideia do atacante não está nos planos do clube – pelo menos sob a gestão de Augusto Melo. O presidente corintiano já afirmou que é contra a ideia da SAF e acha que a dívida do clube é pagável. Segundo Vinicius Cascone, diretor jurídico do clube, a dívida corintiana é de mais de R$ 2 bilhões.
Na visão de Ronaldo, a SAF ajudaria a arrumar as contas do clube, que, com o orçamento livre, poderia investir ainda mais no futebol.
"Arrumo dinheiro no mercado. Vou fazer, vou adorar envolver o torcedor. É resolver a dívida do estádio e é só olhar para frente com orçamento grande. O Corinthians fatura dinheiro – e organizado vai faturar mais ainda", disse.
No Brasil, o ex-atacante já foi dono do Cruzeiro. Sob sua tutela, o clube ajustou as contas e voltou à Série A depois de três anos na segunda divisão. O jogador também é dono do Valliadolid, da Espanha, desde 2018, mas sua gestão não é bem vista pelos torcedores do clube que hoje ocupa a lanterna do Campeonato Espanhol.
'O Corinthians não precisa ser vendido para ser bem administrado', diz Gaviões
Já na tarde deste sábado (22), a Gaviões da Fiel, principal e maior torcida organizada do Corinthians, emitiu nota criticando a fala do Fenômeno e se declarando “radicalmente contrários” a ideia de venda do clube e que “jamais irão permitir tal feito”.
Segundo o texto assinado por Miguel Battaglia, 1º presidente do grupo, “que clubes que adotaram a SAF perderam autonomia, identidade e, em muitos casos, viraram apenas negócios sem compromisso com suas raízes”.
Battaglia lamentou que “mais uma vez, em uma reta final de campeonato, surjam notícias que tentam tumultuar o ambiente, colocando corinthiano contra corinthiano quando se trata de assunto SAF" e diz ter “ciência de que o clube precisa de profissionalização para superar sua atual situação econômica, mas ter um dono não ajudaria em nada”.
“O futebol não pode ser tratado apenas como um ativo financeiro, onde a paixão e a tradição são colocadas em segundo plano diante de interesses comerciais. O Corinthians não seguirá esse caminho. Aqui, quem manda é a Fiel Torcida”, conclui.