A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) acatou um pedido da FGF (Federação Gaúcha de Futebol) e suspendeu jogos de times gaúchos marcados até 27 de maio em competições nacionais masculinas e femininas, inclusive de base. A decisão é uma resposta às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias.
No entanto, os participantes do Jogo Aberto foram unânimes ao afirmar que a iniciativa pode não ser suficiente. A edição desta quarta-feira (8) do programa defendeu a paralisação de competições nacionais como um todo.
“Eu imaginava que uma mínima paralisação nós teríamos, até como um símbolo de solidariedade maior”, afirmou a apresentadora Renata Fan, que afirma não haver condições para que jogos aconteçam a curto prazo.
“Esses jogadores, treinadores, todo mundo que trabalha num clube de futebol no Rio Grande do Sul: como é que vai disputar? Como é que vai ter ânimo para vencer um adversário, batalhar pelo resultado, sabendo que ainda tem muita coisa pela frente? Esse processo ainda está no início, em fase inicial. As pessoas estão pensando em sobrevivência, ponto.”
Capellanes pede bom senso
Para João Paulo Capellanes, há condições de paralisar os campeonatos diante das chuvas.
“Dava para ter cancelado tudo, né? Dava para ter adiado, não dava?”, afirmou o comentarista, que espera por “maneiras para poder diminuir essa tragédia”.
“Talvez nessa questão falte muito bom senso por parte dos órgãos que gerem o futebol brasileiro – no caso, a CBF”, declarou também.
Denílson: ‘Nenhuma surpresa’
Segundo Denílson, o fato de restringir a paralisação apenas aos jogos envolvendo times gaúchos irá prejudicar apenas os times gaúchos.
“Não fiquei surpreso de a CBF não parar o campeonato”, afirmou o ex-jogador.
“Acho que, em 20 dias, essa situação não vai estar tranquila, e acho que o campeonato vai continuar. E os prejudicados, esportivamente falando, vão ser os times gaúchos.”
Ronaldo Giovaneli alerta para problemas climáticos
Em meio às críticas, Ronaldo Giovaneli lembrou os reflexos causados pela crise climática no mundo todo, pedindo respostas da sociedade.
“Estamos vendo o problema climático que arrebentou o Sul e muitos ainda acham que é uma coisinha que aconteceu, não se atentam ao que está acontecendo com o próximo. De você poder ajudar, de poder fazer algo diferente. Só que a hora está chegando para todo mundo”, alertou o ex-goleiro, desgostoso com a CBF.
“A CBF é só dinheiro mesmo? Porque deve ser só dinheiro mesmo. Sensibilidade é zero. Porque ela também demorou para parar na pandemia. Ela demorou para tomar uma atitude, ela espera acontecer o pior para fazer o que deve ser feito.”
Chico Garcia pede pausa de duas rodadas
No futebol: logística, estádios, arquibancadas, psicológico. Fora de campo: o resgate de vítimas e a reconstrução das cidades. Chico Garcia foi mais um que afirmou não ver condições para que os jogos sejam realizados.
“Como você vai para o estádio gritar gol enquanto as pessoas estão afogadas? O momento não é de reconstrução ainda, o momento é de salvar vidas. Nós ainda estamos num momento de resgate, de tirar as pessoas da água”, disse o jornalista, que também espera a parada das competições.
“Não precisaria parar dois meses, ou até dezembro, ou cancelar o campeonato. Duas rodadas. Agora para, estanca e foca no que é mais importante”, acrescentou.
Sgarbi pessimista com a CBF
João Pedro Sgarbi demonstrou pouco otimismo com a CBF.
“A pior decisão da CBF é sempre a próxima”, afirmou o comentarista, que acha desrespeitoso paralisar os jogos dos times do Rio Grande do Sul por apenas 20 dias.
“Para mim, (com) esses 20 dias, a gente está basicamente ignorando o que acontece no Rio Grande do Sul, e ali a poucos mil quilômetros vai estar rolando bola normal. Futebol, torcida em estádio. Para mim, é errado”, criticou.