
Um dos protagonistas do título do Corinthians no Campeonato Paulista de 2025 esteve sempre do lado de fora do campo: o executivo de futebol Fabinho Soldado. A avaliação é do presidente do clube, Augusto Melo.
Em entrevista na edição desta sexta-feira (28) do Jogo Aberto, Melo fez questão de destacar a importância da contratação de Fabinho no início de 2024 para conduzir a reconstrução do time. A chegada do dirigente, afirmou, foi uma resposta a dirigentes que “não querem o bem do Corinthians”.
“A gente tinha um compromisso político que a gente era obrigado a cumprir. De repente, a coisa começou a distorcer. A política do Corinthians é muito nojenta, é muito suja. Algumas pessoas que estão lá não querem o bem do Corinthians, não querem o sucesso do Corinthians. Por isso o Corinthians está nessa situação”, criticou Melo, em tom de desabafo.
“Depois de uma retomada, que a gente viu que a gente tinha a caneta e tinha que fazer alguma coisa com a cena, a gente decidiu assumir a responsabilidade, trazer um executivo de verdade de futebol, que a gente prometia e não conseguia fazer isso por algumas interferências. A gente teve que assumir a caneta, trazer a responsabilidade”, acrescentou.
Fabinho Soldado foi um dos responsáveis pela contratação do técnico Ramón Díaz no segundo semestre. Antes ameaçado pelas últimas posições, o Corinthians iniciou uma série de vitórias e não apenas escapou do rebaixamento, como ainda garantiu uma vaga na pré-Libertadores de 2025. Ramón Díaz, antes ameaçado de demissão, foi mantido.
“Depois de um ano difícil, trabalho árduo. Tudo o que a gente imaginava, hoje está se concretizando, dando certo. Isso mostra também a confiança que nós tivemos, tanto no Fabinho Soldado, que conseguiu dar uma cara nova para o Corinthians, quanto para a comissão técnica, que a gente apostou, segurou, trabalhou firmemente. Está aí o resultado. Graças a Deus, dando tudo certo”, defendeu.
Augusto Melo foi eleito presidente em 2023 e assumiu o cargo em 2024. Desde o primeiro ano, convive com a pressão de um processo de impeachment no clube. Como resposta, oferece números: aumentou os valores dos principais patrocínios (de R$ 17 milhões por ano para R$ 110 milhões por ano) e os montantes recebidos por placas de publicidade à beira do campo nos jogos (de R$ 6 milhões por ano para R$ 70 milhões por ano).
“Se eu te falar o que eu me minha família passamos... É uma cosia inacreditável, uma coisa desumana. Tudo por um poder, cara. Tudo por um poder que, ao invés de ser isso, eles deveriam se unir para que a gente pudesse tirar o Corinthians dessa situação (financeira). Mas ao contrário: eles querem destruir o Corinthians cada vez mais. Pode ter certeza; se a gente não ganhasse essa eleição, o Corinthians teria que vender (o futebol para uma SAF), porque o Corinthians não teria como se recuperar. É muito difícil, cara. Porque que a gente, graças a Deus, com muita credibilidade, que a gente provou, conseguiu buscar grandes receitas. Senão, não conseguiríamos. Se a gente não consegue esses patrocínios, essas parcerias, principalmente TV... Tive a coragem de discutir a TV, consegui um valor muito maior”, argumentou.
Agora, Augusto Melo torce para que o título paulista seja um estímulo para o Corinthians no Campeonato Brasileiro. O time estreia neste domingo (30), jogando contra o Bahia em Salvador.
“Espero que esse título motive a gente, para que a gente comece com o pé direito. Estamos muito focados nisso”, torceu.