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Confira 6 curiosidades da história do UFC

UFC no Brasil é considerado o maior torneio da modalidade de artes marciais mistas; saiba mais sobre a história do famoso octógono

Mª Eugênia Cayres Lima

Iiiiiiiit's time!”. Esse é o bordão dito pela voz marcante do locutor americano Bruce Buffer antes das lutas do Ultimate Fighting Championship (UFC). O termo em inglês talvez possa nos confundir sobre a origem desse esporte. Mas a verdade é que o UFC é uma criação “made in Brazil”. Então, antes de “time”, o UFC já foi “tá na hora!”

Achou curioso? Pois dizemos mais: se hoje o MMA (Mixed Martial Arts) é um dos esportes mais vistos em todo o mundo e respeitado por uma legião de fãs, no início não era bem assim…

Para entender melhor o que estamos falando, leia este artigo completo! Reunimos algumas curiosidades que marcam a história do UFC no Brasil, esse espetáculo de lutas que começa a ser transmitido na Band, no Band.com.br e no Bandplay. Confira!

UFC no Brasil: 6 curiosidades da modalidade
 

1. Esporte com ‘dna brasileiro’

A história dessa modalidade esportiva está ligada a de uma família que também tem no currículo a criação do Jiu-jitsu brasileiro. Só podemos estar falando dos “Gracies”, que são expoentes das artes marciais desde os anos 1920.

Tudo começou com o patriarca da família, Gastão Gracie, que conheceu o mestre japonês Maeda Koma em Belém (PA). Esse também era conhecido como Conde Koma, um campeão de jiu-jítsu e discípulo direto de Kano, na Kodokan do Japão.

Tornaram-se amigos quando Koma teve a oportunidade de viajar para o Brasil como parte de uma grande colônia de imigração japonesa. Para retribuir a hospitalidade na nova cidade, Koma aceitou ensinar a arte marcial ao filho mais velho de Gastão, Carlos. Então coube a esse repassar os ensinamentos aos irmãos.  

E é justamente com o mais novo dos oito filhos (três eram meninas), Hélio Gracie, que o Gracie Jiu-Jitsu, ou Jiu-Jítsu Brasileiro, foi moldado.

Como aluno de Carlos e principal difusor do esporte, Hélio buscou adaptar os movimentos de acordo com seus atributos físicos. Com disciplina, coragem e muita determinação, aprendeu a maximizar a alavanca e minimizar a força necessária para executar as técnicas.

Dessa forma, um praticante menor e de porte mais frágil poderia ganhar a capacidade de se defender e até derrotar oponentes mais fortes.

A partir daí, dedicaram-se a difundir essa filosofia de vida e luta. Começaram com a criação da primeira Escola Gracie em 1925. Além de responsáveis pela conexão com a arte marcial milenar de origem japonesa e pelas primeiras disputas de “Vale-Tudo” — luta sem regras definidas —, os irmãos faziam apresentações para provar que a técnica desenvolvida por eles funcionava.

2. De pai para filho

O Mestre Hélio Gracie foi pai de 10 filhos: Rorion, Relson, Rickson, Rolker, Royce, Royler, Rhérika, Robin, Ricci e Rolls Gracie. Ele direcionou e dedicou suas forças para que a família aprendesse o Jiu-Jitsu Gracie e ajudasse a difundi-lo como forma de filosofia de vida.

Entre os filhos de Hélio Gracie, Royce, Rorion e Rickson foram os que mais se destacaram, participando de competições e levando o nome da família e da arte marcial para todo o mundo.

Quando o filho mais velho, Rorion, um dos únicos no mundo a deter o 9º Dan — faixa vermelha do Jiu-jitsu brasileiro — decidiu morar nos EUA, aos 17 anos, tornou-se professor da luta para se manter e acabou escrevendo uma nova fase da história da modalidade.

Rorion ministrava aulas na garagem de casa e viu o número de alunos e o interesse por essa arte marcial aumentar com o tempo. Foi quando ele percebeu que precisava encontrar uma forma de divulgá-la ao mundo.

3. A virada para um evento mundial

Rorion Gracie criou o UFC no início da década de 1990. Ele tinha o objetivo de envolver diversos tipos de artes marciais em uma só disputa. Então decidiu criar um campeonato profissional de lutas marciais mistas (boxe, jiu-jitsu, wrestling, muay thai, karate, judô, entre outros) que iria transformar o universo das competições esportivas no mundo.

Em suas primeiras edições, era realizado por meio de torneios em que participavam de oito a 16 lutadores. O campeão de cada categoria era aquele que vencesse três lutas. O combate era uma espécie de “vale-Tudo” - na verdade um "vale-quase-tudo", com algumas proibições.

Somente após um trabalho em conjunto com as delegações dos estados para inserir regras e permissões, com vistas a transformar o UFC em algo menos violento, foi possível novamente a exibição das lutas nos estados.

Vencida essa barreira, o evento cresceu cada vez mais, não só nos Estados Unidos, como em vários outros países do mundo.

 4. Brasil foi o terceira nação a receber uma edição do UFC

O primeiro UFC aconteceu em 12 de novembro de 1993, no McNichols Sports Arena, em Denver (Colorado). Ele consagrou o brasileiro Royce Gracie como o 1º campeão da modalidade, após finalizar o holandês Gerard Gordeau em menos de dois minutos de luta. — pensa!

O evento só fez a sua estreia no Brasil em 16 de outubro de 1998, no Ginásio da Portuguesa de Desportos, em São Paulo (SP). Sendo a terceira nação a receber uma edição do UFC fora dos Estados Unidos. 

Antes havia ido para o Japão e para Porto Rico. O evento contou com duas disputas de título inéditas: houve campeão da categoria leve (Pat Miletich) e Frank Shamrock manteve o título dos médios.

Está empolgado com este artigo sobre UFC? Acompanhe as emoções do UFC 283 e todas as próximas lutas no Bandplay.

5. UFC e a relação com o cinema

Antes de o octógono ser definido como o palco das lutas do UFC, Rorion e os organizadores tiveram algumas ideias de como poderia ser o espaço onde aconteceriam os combates. Entre elas, o ringue de boxe. 

Mas essa não seria uma boa opção porque os lutadores poderiam escorregar pelas laterais para evitar os golpes ou usar as cordas como apoio para manter o equilíbrio. O intuito é que o palco não tivesse chance de saída.

Outra opção estudada foi um tatame redondo, com painéis eletrificados para dar choque e impedir que o lutador pensasse em fugir. Além de uma arena cercada por um fosso com jacarés — parece até coisa de Hollywood!

E foi justamente um filme que inspirou o formato do palco, o “The Octagon", dos anos 1980. Nele, Chuck Norris combate um clã de ninjas assassinos e os duelos de luta principais aconteciam dentro de um octógono. A vantagem do formato é que os ângulos não permitem que nenhum lutador fique acuado no canto, sem ter saída para continuar a luta. 

Além dessa conexão com a sétima arte, durante o período que Rorion estava se estabelecendo nos EUA, ele trabalhou como figurante em filmes como Ilha da Fantasia, Barco do Amor e seriados dos anos 80. Chegou a dar aula de jiu-jitsu para Mel Gibson no filme Máquina Mortífera. 

Assista às disputas pelo cinturão que vai rolar no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena, com transmissão no Bandplay.

6. A famosa “luta do século” foi entre brasileiros

Dois veteranos do UFC, Anderson Silva (Spider) e Vitor Belfort se enfrentaram em 2011, na chamada “luta do século”. Os brasileiros protagonizaram em Las Vegas, conhecida como a capital mundial da luta, um combate que entraria para a história do MMA. 

Afinal, de um lado estava o então campeão peso-médio do UFC, Anderson Silva — considerado o número 1 no MMA mundial e recordista de vitórias e defesas de cinturão no Ultimate. 

Do outro, Vitor Belfort, ex-campeão da organização em duas categorias de peso diferentes, um dos lutadores mais cotados para vencer Anderson, por suas características como explosão e agressividade dos golpes.

A duração dessa disputa foi de 3 minutos 25 segundos e encerrou após o Spider acertar um chute frontal no queixo de Belfort. Até hoje esse confronto é considerado uma das grandes lutas do UFC e sem dúvidas contribuiu para a divulgação do esporte no Brasil.

Agora que você já está mais por dentro de algumas das histórias do UFC, não perca nenhuma das próximas emoções que prometem marcar essa temporada de lutas no  Bandplay.

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