O goleiro Bruno, condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio, assinou com o Orion FC, time de várzea do bairro do Jardim Noronha, no Grajaú, zona sul de São Paulo.
O anúncio foi feito na última terça-feira (21) e repercutiu nas redes sociais. A Super Copa Pioneer, famoso torneio de várzea de SP, criticou a contratação do time amador e ressaltou que o goleiro não disputará a competição (veja mais abaixo a nota na íntegra).
“Repudiamos qualquer tipo de violência contra a mulher e aceitar a sua participação seria extremamente danoso aos princípios e valores do torneio”, escreveu o campeonato.
Antes, o Orion FC havia dados as boas-vindas ao goleiro. “Reforço na área, seja bem-vindo”, escreveu o time nas redes sociais.
Como está a pena do goleiro Bruno
Em janeiro de 2023, a Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade condicional ao goleiro Bruno, preso em 2010 pelo homicídio da ex-companheira Eliza Samudio, mãe de seu filho, Bruninho.
Na decisão, a juíza Ana Paula Abreu Filgueiras citou que Bruno já cumpria pena em prisão domiciliar desde 2019 e apresentava bom comportamento.
Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio. Em 2017, no entanto, a Justiça decidiu reduzir a pena em 18 meses. Já em 2019, o goleiro conseguiu a progressão para o regime semiaberto, por uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Varginha, de Minas Gerais.
Confira a nota da Super Copa Pioneer
Diante do anúncio do goleiro Bruno, realizado na noite de ontem (21), por uma das equipes inscritas na nossa competição, afirmamos que o atleta NÃO DISPUTARÁ a Super Copa Pioneer Netshoes.
Ainda que o regulamento permita a inscrição de jogadores no decorrer do campeonato, ressaltamos que em nenhum momento o jogador foi autorizado a disputar a competição, sem nenhuma inscrição oficial aprovada ao time responsável.
Decisão essa tomada com unanimidade pela organização e corpo diretivo da competição, e que se faz necessária, sobretudo em prol de todas as mulheres que compõem a Super Copa Pioneer Netshoes, desde profissionais, voluntárias e torcedoras.
Repudiamos qualquer tipo de violência contra a mulher e aceitar a sua participação seria extremamente danoso aos princípios e valores do torneio.