A cidade de São Paulo acordou neste domingo (24) na expectativa de ver caírem dois “tabus”: o recorde de temperatura e o título do São Paulo Futebol Clube na Copa do Brasil. E num Morumbi com mais de 36º, absolutamente tomado, o Tricolor segurou um empate por 1 a 1 com o Flamengo – após a vitória por 1 a 0 na ida - e, enfim, garantiu o inédito caneco da competição.
A conquista veio num jogo duro, diante de um Flamengo disposto a deixar a crise para trás e mais forte em boa parte da partida. Mas o São Paulo de Dorival Junior soube administrar a vantagem, mostrando uma frieza que contrastava com alta temperatura recorde do dia.

Pressão do Flamengo
O Flamengo começou dominando e chegou perto do gol com Gerson, mas parou no goleiro Rafael. O São Paulo, aparentemente nervoso, sentiu a pressão rubro-negra e pouco fez, para o nervosismo da torcida que lotou o estádio.
Aos 37 minutos de jogo, no lance mais quente da morna primeira etapa, Lucas Moura quase abriu o placar de bicicleta. A bola passou raspando pela trave do goleiro Rossi, já batido.
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Mas o clima esquentou de vez aos 43 minutos. No momento em que o sol começava a dar uma trégua no Morumbi, Pulgar recebeu de Pedro do lado direito e chutou cruzado. O goleiro Rafael ainda tocou na bola, ela acertou a trave e, na volta, bateu no joelho de Bruno Henrique para colocar o Flamengo na frente.
Golaço para esfriar o Fla
O Rubro-Negro ameaçou um calor nos lances seguintes e quase ampliou, de novo com um endiabrado Bruno Henrique pela esquerda. Mas a chama foi apagada nos últimos minutos.
Aos 49, Wellington Rato cruzou da direita e o goleiro Rossi afastou de soco. Na sobra, fora de área, Rodrigo Nestor acertou um tirambaço de primeira no canto esquerdo do arqueiro rubro-negro e deixou tudo igual, para fazer o Morumbi explodir e respirar mais aliviado.
O segundo tempo começou com o Flamengo fervendo a partida, principalmente com Bruno Henrique e Arrascaeta. Mal, Pedro pouco aparecia, porém. O São Paulo tratou de cozinhar o jogo e esperar por uma chance no contra-ataque para liquidar.
O técnico Jorge Sampaoli tentou aumentar a fervura do jogo com Luiz Araújo e Gabigol, enquanto Dorival Junior, vendo seus principais jogadores cansarem, lançou os descansados Luciano e Michel Araújo para auxiliarem Lucas Moura. E saiu dos pés dos três um dos lances mais bonitos da partida.
O uruguaio deixou para trás uma fila de marcadores e achou Lucas Moura, que limpou a jogada e rolou para Luciano finalizar pressionado, para fora, aos 41 minutos.
Frieza nos momentos finais
Deu tempo ainda dos tricolores levaram o último susto, com Ayrton Lucas, aos 50 minutos, mas Rafael saltou para agarrar com segurança, esfriar o ânimo rubro-negro e fazer o Morumbi pegar fogo.
Daí em diante os tricolores souberam manter os nervos no lugar para segurar o empate e garantir o título inédito da Copa do Brasil, o caneco que faltava ao agora “campeão de tudo” São Paulo.
E a temperatura em São Paulo bateu 36,5°, a maior marca do ano na cidade, mas ainda longe do calor da arquibancada do Morumbi.